Os americanos devem gastar US$ 226,6 bilhões nas férias de verão deste ano, segundo o Vacation Confidence Index 2025, levantamento anual realizado pela Allianz Partners EUA. O valor representa um crescimento de 2,26% em relação a 2024, mantendo a tendência de alta que já dura seis anos, mesmo diante de incertezas econômicas e inflação persistente.
De acordo com o relatório, 63% dos entrevistados afirmaram estar confiantes de que tirarão férias neste verão, o maior índice desde o início da série histórica, em 2009. A pesquisa aponta para um padrão de priorização das viagens no planejamento financeiro das famílias, que seguem destinando recursos ao lazer, mesmo com pressão sobre os orçamentos.
A média de gasto por domicílio também subiu e deve alcançar US$ 2.867 em 2025, contra US$ 2.843 no ano anterior. A resiliência do mercado é atribuída a uma mudança de comportamento pós-pandemia, com maior valorização do tempo livre e da mobilidade temporária.
Entre os principais vetores desse crescimento está a adesão das gerações mais jovens ao turismo. Pessoas com menos de 35 anos, incluindo Geração Z e Millennials, lideram a intenção de viajar e representam 70% dos viajantes confiantes. Segundo o estudo, eles também são os que mais afirmam ter viajado nos últimos três meses.
Outro destaque é a retomada das viagens curtas, apelidadas de “micro-casas”, com uma ou duas noites de duração. Esse tipo de turismo representa 31% das viagens em 2025 e está associado a um gasto mais elevado por noite: saltou de US$ 594, em 2024, para US$ 700 neste ano. Apesar da duração reduzida, os viajantes estão investindo mais em conforto e experiências de alto padrão.
O conceito de bleisure também apresentou crescimento. Cerca de 33% dos americanos afirmam ter incluído atividades turísticas em compromissos profissionais, nove pontos percentuais a mais que em 2024. O segmento é impulsionado, sobretudo, pelos mais jovens, também líderes no consumo de experiências premium durante as férias.
A pesquisa identificou ainda o papel dos eventos com ingressos como catalisadores de deslocamento interno e internacional. Shows, festivais e eventos culturais motivam viagens para 63% dos turistas, sendo que 29% dos entrevistados viajaram especificamente para participar dessas atividades em 2025.
Apesar dos números otimistas, o levantamento também revela contradições. Embora 51% dos americanos digam não ter dinheiro para tirar férias, 40% afirmam que farão viagens mesmo assim. O fenômeno, chamado de “férias justas” (faircations), já havia sido identificado em edições anteriores do índice e reforça a desconexão entre orçamento e desejo de lazer.
Para Daniel Durazo, diretor de comunicações externas da Allianz Partners EUA, a disposição de viajar vai além da condição financeira. “Este ano, vimos que esse índice atingiu o nível mais alto de todos os tempos, com 75% dos americanos considerando as férias anuais importantes para eles, independentemente de sua capacidade de tirar férias”, afirmou em nota.
A pesquisa foi realizada pela Ipsos Public Affairs com 2.005 adultos norte-americanos entre 14 e 15 de abril de 2025. A margem de erro é de 2,7 pontos percentuais. Desde 2009, o Vacation Confidence Index mede a intenção de viajar durante o verão nos EUA, considerando deslocamentos de ao menos uma semana e 160 quilômetros de distância da residência.
