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Turismo internacional cresce 5% no primeiro semestre de 2025, apesar de desafios globais

Turismo
África lidera crescimento, Europa e Ásia se recuperam e turismo global mantém força (Reprodução/Freepik)

O setor de turismo internacional mantém trajetória de crescimento, mesmo diante de desafios econômicos e geopolíticos, segundo dados divulgados pela Organização Mundial do Turismo (UNWTO). Entre janeiro e junho de 2025, cerca de 690 milhões de turistas viajaram para o exterior, 33 milhões a mais do que no mesmo período de 2024, representando um aumento de aproximadamente 5%.

“Diante de desafios globais, o turismo internacional continua mostrando forte impulso e resiliência. O primeiro semestre de 2025 trouxe aumento no número de chegadas e receitas para a maioria dos destinos, contribuindo para economias locais, empregos e meios de subsistência. Isso também nos lembra da grande responsabilidade de garantir que esse crescimento seja sustentável e inclusivo”, afirmou Zurab Pololikashvili, secretário-geral da UNWTO.

Desempenho por região

O relatório World Tourism Barometer detalha a performance do setor por região e sub-região. A África registrou o crescimento mais expressivo, com aumento de 12% nas chegadas internacionais, sendo 14% em África do Norte e 11% na África Subsaariana.

Na Europa, quase 340 milhões de turistas internacionais foram recebidos no primeiro semestre, 4% a mais do que em 2024 e 7% acima de 2019. Enquanto as regiões do Mediterrâneo registraram crescimento moderado de 3%, Europa Central e Oriental segue em recuperação forte (+9%), mas ainda 11% abaixo dos números pré-pandemia.

As Américas apresentaram expansão de 3%, com destaque para a América do Sul (+14%). América Central cresceu 2%, e América do Norte manteve-se estável, influenciada por pequenas quedas nos Estados Unidos e Canadá. O Caribe também registrou crescimento nulo, reflexo da diminuição da demanda dos Estados Unidos.

O Oriente Médio apresentou queda de 4% nas chegadas neste semestre, embora siga 29% acima de 2019, consolidando forte recuperação pós-pandemia. Já a Ásia-Pacífico cresceu 11%, alcançando 92% dos níveis de 2019. A região Nordeste da Ásia registrou o melhor desempenho, com alta de 20% sobre 2024.

Entre os destinos com maior crescimento no período, destacam-se Japão e Vietnã (+21%), Coreia do Sul (+15%), Marrocos (+19%), México e Países Baixos (+7%), além de Malásia e Indonésia (+9%) e Hong Kong (+7%). França e Espanha, líderes globais em turismo, registraram crescimento de 5% nas chegadas.

Receitas e tráfego aéreo

O aumento de turistas também impactou positivamente as receitas. Japão (+18%), Reino Unido (+13%), França (+9%), Espanha (+8%) e Turquia (+8%) destacaram-se entre os destinos com maior crescimento nos ganhos. Em mercados emissores, a China apresentou aumento de 16% nos gastos internacionais, seguida por Espanha (+16%), Reino Unido (+15%), Singapura (+10%) e Coreia do Sul (+8%).

Segundo dados da IATA, o tráfego aéreo internacional e a capacidade de voos internacionais cresceram 7% no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024. A taxa global de ocupação hoteleira alcançou 69% em junho, mantendo-se próxima aos níveis de 2024, e chegou a 71% em julho.

Riscos e perspectivas

Apesar do crescimento, especialistas apontam que os altos custos de transporte e acomodação seguem sendo os principais desafios para o turismo em 2025. A inflação do setor deve recuar de 8% em 2024 para 6,8% neste ano, ainda acima dos níveis pré-pandemia (3,1%) e da inflação geral (4,3%).

Fatores como incertezas econômicas, tensões geopolíticas e tarifas comerciais adicionais continuam impactando a confiança dos viajantes. Ainda assim, o UN Tourism Confidence Index mostra leve alta na confiança para o período de setembro a dezembro, atingindo 120 pontos em uma escala de 0 a 200, acima dos 114 do período anterior. Cerca de 50% dos especialistas preveem desempenho melhor ou muito melhor do que em 2024.

O crescimento global projetado para 2025 permanece entre 3% e 5% nas chegadas internacionais, reforçando a resiliência da demanda turística apesar das incertezas globais.

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