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Mulheres no Turismo: lideranças compartilham conquistas na busca por equidade

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Redação M&E

Publicado - 08/03/2025 - 09:00

*Natália Strucchi e Ana Azevedo

MULHERES NO TURISMO
Ana Carla Lopes, secretária-executiva do MTur (Natália Strucchi/M&E)

No Dia Internacional da Mulher, três importantes lideranças do setor compartilham suas perspectivas sobre a presença feminina na indústria e os desafios para avançar ainda mais na equidade de gênero. Hoje as mulheres representam mais de 50% da força de trabalho no Turismo.

A secretária-executiva do MTur, Ana Carla Lopes, destaca a importância da data e a necessidade de ampliar a presença feminina em posições estratégicas. “O turismo é feito por mulheres. Mais de 54% da força de trabalho no setor é feminina, mas ainda temos desafios a superar, especialmente em cargos de decisão. Sou a primeira mulher a ocupar o cargo de secretária-executiva do Ministério do Turismo em 21 anos e não quero ser a última”, afirma.

Sou a primeira mulher a ocupar o cargo de secretária-executiva do Ministério  do Turismo em 21 anos e não quero ser a última – Ana Carla Lopes

Ela ressalta também a importância da qualificação. “É muito importante celebrarmos essa data com mais mulheres. Mulheres profissionalizadas, com cursos de qualificação, capacitadas para estarem onde estão ou para que possam melhorar, possam sonhar. É isso que a gente busca”.

Ana Carolina Medeiros, presidente da Abav Nacional, também ressalta a presença feminina em diversas áreas do turismo e incentiva a ocupação de cargos de liderança. “Temos muitas mulheres atuando nas agências receptivas, operadoras, hotelaria e restaurantes. O que estamos vendo agora é a ascensão delas em posições de liderança. O turismo é um setor incrível e as mulheres trazem um olhar diferenciado para ele”, pontua.

Não se trata de sermos melhores ou piores, mas sim de reconhecer que há muitas mulheres extremamente capacitadas e profissionais assumindo cargos de liderança. O que eu digo é: assumam esses espaços sem medo – Ana Carolina Medeiros

Ela completa: “Não se trata de sermos melhores ou piores, mas sim de reconhecer que há muitas mulheres extremamente capacitadas e profissionais assumindo cargos de liderança. O que eu digo é: assumam esses espaços sem medo! Muitas vezes, ouvimos mulheres dizendo que preferem permanecer nos bastidores, mas é fundamental que se sintam encorajadas a ocupar posições de destaque”, reforça Medeiros.

MULHERES TURISMO
Marina Figueiredo, da Braztoa e Ana Carolina Medeiros, da Abav Nacional (Natália Strucchi/M&E)

Para Marina Figueiredo, presidente da Braztoa, o turismo está diretamente ligado a características como acolhimento e empatia, fatores que favorecem a participação feminina. “O turismo é um setor que tem tudo a ver com as mulheres. É uma área baseada no acolhimento, na hospitalidade, no cuidado e na empatia com o próximo, além de proporcionar experiências memoráveis”, salienta.

Ela lembra que naturalmente, sempre houve uma forte presença feminina no setor. “Assim como em outras áreas, há uma crítica recorrente sobre a grande presença feminina na base da pirâmide, enquanto os cargos de decisão ainda são majoritariamente masculinos. No entanto, o que temos observado recentemente é um crescimento significativo de mulheres ocupando cargos de liderança. Isso reflete a competência e a capacidade de grandes profissionais que estão transformando o mercado”, afirma.

O que temos observado recentemente é um crescimento significativo de mulheres ocupando cargos de liderança. Isso reflete a competência e a capacidade de grandes profissionais que estão transformando o mercado – Mariana Figueiredo

A história do Dia Internacional da Mulher

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Condições de trabalho, redução da jornada laboral e direito ao voto foram algumas das motivações da criação da data (Banco de imagens/Freepik)

Celebrado anualmente em 8 de março, o Dia Internacional da Mulher tem suas origens nos movimentos operários do fim do século 19 e início do século 20, quando mulheres lutavam por melhores condições de trabalho, redução da jornada laboral e direito ao voto.

A data foi proposta pela comunista alemã Clara Zetkin, em 1910, durante o Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, consolidando um movimento que já ocorria em vários países. Um dos marcos mais importantes foi a greve de operárias russas em 8 de março de 1917, considerada um dos eventos precursores da Revolução Russa.

A oficialização da data ocorreu em 1975, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Internacional da Mulher, reforçando a luta global pela igualdade de gênero e pelos direitos das mulheres.

Iniciativas do MTur para a equidade de gênero

(Banco de imagens/Freepik)
MTur tem investido na valorização da presença feminina no setor (Banco de imagens/Freepik)

A fim de dar o exemplo ao mercado, o Ministério do Turismo tem investido na valorização da presença feminina no setor. Um dos destaques é a tradução para o português de publicações da ONU Turismo sobre igualdade de gênero, reforçando o compromisso com a promoção da equidade em cargos de gerência.

Além disso, o MTur é signatário da iniciativa “Brasil Sem Misoginia”, que busca combater a violência de gênero e o assédio. E durante o mês de março, a campanha “Mais que um dia, um compromisso: respeito o ano todo” promoverá diversas ações de valorização das mulheres que atuam no órgão.

Dados do Instituto de Pesquisa de Reputação e Imagem (IPRI) apontam que 9% das brasileiras pretendem viajar a lazer este ano, reforçando o papel feminino não apenas como profissionais do setor, mas também como consumidoras ativas.