O seguro contra fornecedores é na opinião a única saída para que as agências de viagens não tenham que arcar com prejuízos como os provocados com a quebra da Shangri-La. Segundo George Irmes, presidente da ABAV-RJ a decisão de fechar as portas surpreendeu o mercado. Ontem ao saber no final da tarde da decisão foi convocada uma reunião da diretoria e realizados contatos com grandes operadoras para que atendam aos mais de mil clientes da Shangri-La, oferecendo preços neto. “Os clientes vão ter que arcar com o prejuízo mas estamos tentando ver com as operadoras como Master, Bessitur, CVC, A&T e outras para que venham a oferecer o mesmo pacote mas com preços mais reduzidos”, lembrou ele.
Quanto a adesão do seguro oferecido pela Abav às agências o grande problema ainda é o custo. “As agências não aderiram em grande parte por esse fator, já que isso iria encarecer o preço dos pacotes”, admitiu. A Shangri-La, que está no mercado há 24 anos teve sua venda de passagens aéreas suspensa na última sexta feira quando perdeu a licença da IATA. Também não conseguiu crédito no mercado. Sem saída anunciou ontem que encerrava as atividades. “É uma situação bastante desagradável porque gera insegurança e prejuízos ao mercado. Mas estamos tentando junto com a Braztoa encontrar a melhor solução para esse caso”, admitiu Irmes. Segundo ele a Shangri-La tem vendas realizadas até abril de 2013.
O dirigente está em contato também com o presidente do Sindetur-RJ, Aldo Siviero e com o presidente da Braztoa, Marco Ferraz para que, juntos, possam buscar soluções que diminuam os impactos deste acontecimento para consumidores e agências de viagens.
Confira abaixo o comunicado da ABAV-RJ na íntegra:
Prezados (as)
Foi com tristeza e preocupação que recebemos, ontem, dia 26/12/2012, a notícia do encerramento das atividades da Shangri-lá Viagens e Turismo, que atuava no segmento há mais de 24 anos e era referência no mercado carioca. A empresa vinha tentando contornar dificuldades financeiras como a escassez de crédito para fazer frente ao endividamento sem obter êxito e já adiantou que irá entrar com pedido de recuperação judicial ou autofalência com intuito de ressarcir eventuais prejuízos de seus clientes.
Assim que soubemos do problema, realizamos uma reunião junto aos diretores e conselheiros da entidade a fim de traçarmos estratégias que pudessem minimizar os impactos para consumidores e agências de viagens.É um momento delicado para todo o nosso mercado e precisaremos de um esforço coletivo para absorver os passageiros que foram prejudicados.
Desta forma, solicitamos às operadoras associadas que cobrem apenas o preço de custo para a recolocação de passageiros da Shangri-lá.
Às agências que comercializaram pacotes, pedimos que mantenham seus clientes informados de todos os procedimentos e que busquem, junto a operadoras e parceiras, a realização das viagens programadas. Cumpre alertar que as agências que venderam pacotes desta operadora são solidariamente responsáveis por lei, e não podem desta forma se eximir alegando desconhecimento ou ausência de responsabilidades, devendo portanto, informar e negociar junto a seus clientes da melhor forma possível para que sejam evitadas ações judiciais advindas do descumprimento dos pacotes.
A Shangri-lá disponibilizou o telefone (21) 3221-5400 para atendimento e estará contatando todas as agência de viagens e os passageiros para passar as orientações cabíveis. Por fim, clamamos pela cooperação de todos os envolvidos na busca por ações que ofereçam o suporte necessário aos passageiros.Cordialmente, George Irmes.
Filipe Cerolim e Luiz Marcos Fernandes