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Agências e Operadoras / Turismo em Dados

Associadas Braztoa deixam de faturar R$ 4,5 bilhões no primeiro semestre

Aeroporto Foto: Shutterstock

Para a maior parte das associadas Braztoa (72%), essas vendas, apesar de serem importantes, representam somente até 10% do que foi vendido no mesmo período de 2019

As operadoras associadas à Associação Brasileira das Operadoras de Viagens (Braztoa) deixaram de faturar cerca de R$ 4,5 bilhões por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). É o que indica o balanço realizado pela associação referente ao primeiro semestre de 2020. A boa notícia fica por conta da maior parte (69%) das associadas ter realizado vendas em junho.

Ainda para a maioria das associadas Braztoa (72%), essas vendas, apesar de serem importantes, representam somente até 10% do que foi vendido no mesmo período de 2019. A queda no faturamento originalmente previsto leva em conta o faturamento de suas associadas em 2019 (R$ 15,1 bilhões).

A Braztoa informa, no entanto, que “surpreendentemente”, as vendas de roteiros para embarques em julho tiveram um crescimento repentino e alcançaram 77% das operadoras, saindo do terceiro lugar no ranking de procuras para o topo da lista. Em abril, as vendas para esse período alcançaram apenas 24% das empresas.

A Braztoa informa que “surpreendentemente” as vendas de roteiros para embarques em julho tiveram um crescimento repentino e alcançaram 77% das operadoras

O balanço foi realizado em parceria com o Laboratório de Estudos em Sustentabilidade e Turismo da Universidade de Brasília (LETS/UnB) e, além de mostrar dados referentes às consequências da pandemia nos negócios das operadoras de turismo no mês de junho, traz um panorama inédito do primeiro semestre dessas empresas, que representam cerca de 90% das viagens de lazer comercializadas no Brasil.

Comercialização x Faturamento

O mercado de trabalho deverá apresentar um leve crescimento de 0,2% com alta nos segmentos de eventos (4,7%), agências de viagens (2,3%) e transporte aéreo (1%)

Para 48% dos associados pesquisados, junho foi melhor que maio

A maior parte (69%) das associadas Braztoa realizou vendas em junho, o que mostra que a comercialização alcançou 15% mais empresas que no mês de maio (quando este patamar estava em 60%). Para a maior parte das associadas (72%), essas vendas, apesar de serem importantes, representam somente até 10% do que foi vendido no mesmo período de 2019. Até o momento, cerca de 25% das operadoras já abriram seus escritórios físicos.

Para a maior parte das associadas (72%), as vendas em junho, apesar de serem importantes, representam somente até 10% do que foi vendido no mesmo período de 2019.

Apesar do cenário desafiador, o aquecimento gradual das vendas trouxe uma perspectiva positiva e, para 48% dos pesquisados, junho foi melhor que maio. Para outros 37%, os meses foram similares e isso pode ser um reflexo do perfil de atuação de cada empresa, já que o anúncio da abertura das fronteiras foi divulgado apenas nessa quarta-feira (29).

“Os dados de junho apontam para uma leve melhoria na visão das operadoras. Nota-se uma parcela crescente de empresas que realizaram vendas. Chama atenção uma sensação geral de melhora ou semelhança em relação ao mês anterior. Em tempos tão turbulentos, é valiosa a percepção dos empresários de que não houve piora”, disse Helena Costa, Professora Associada do Departamento de Administração da Universidade de Brasília, Doutora em Desenvolvimento Sustentável, Mestre em Turismo e Líder do Laboratório de Estudos de Turismo e Sustentabilidade da UNB.

Momento de viajar

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Comercializações cujos embarques acontecerão entre agosto e dezembro de 2020 alcançaram 60% das operadoras

Surpreendentemente, as vendas de roteiros para embarques em julho tiveram um crescimento repentino e alcançaram 77% das operadoras, saindo do terceiro lugar no ranking de procuras para o topo da lista. Em abril, as vendas para esse período alcançaram apenas 24% das empresas.

De acordo com a Braztoa, acredita-se que o home office, que permite trabalhar remotamente de qualquer lugar, aliado à suspensão das aulas presenciais, tenham contribuído para o número. Já as comercializações cujos embarques acontecerão entre agosto e dezembro de 2020 alcançaram 60% das operadoras, e as vendas de viagens que serão realizadas em 2021, 62% das empresas.

Desaceleração dos cancelamentos

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Estima-se que, desde o início da crise, os valores de reembolsos já ultrapassaram a marca de meio bilhão de reais

Os pedidos de cancelamento fizeram parte do cotidiano de 88% das empresas consultadas. A diminuição desses pedidos foi apontada por quase metade das empresas (44%), uma mudança que chama a atenção e indica o início de um novo caminho para esse tipo de solicitação, já que, em maio, apenas 26% disseram ter identificado uma queda nesse quesito. 29% mantiveram essa demanda nos mesmos patamares do mês anterior e 15% registraram aumento.

Demissões atingem 1,4 mil pessoas

O Turismo foi um dos primeiros a serem afetados pela pandemia. O setor, que é responsável por 7,7% do PIB nacional, que impulsiona direta ou indiretamente cerca de 570 atividades econômicas (fonte: Aldrigui, 2020), e é forte gerador de empregos, trabalha diariamente desenvolvendo ações para mitigar os impactos do Covid-19.

Apesar das dificuldades enfrentadas, 18% das empresas pesquisadas não realizaram demissões. 56% das operadoras tiveram redução de até 50% das suas equipes

Apesar das dificuldades enfrentadas, 18% das empresas pesquisadas não realizaram demissões. 56% das operadoras tiveram redução de até 50% das suas equipes, uma ação condizente com o cenário de queda de vendas e de fluxo de trabalho. Já para 26% das empresas, suas equipes tiveram redução acima de 51%.

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Quase 50% aconteceram no mês de março e, em junho, voltaram a crescer

As demissões atingiram 1,4 mil postos de trabalho. Quase 50% aconteceram no mês de março e, em junho, voltaram a crescer. “O prolongamento da interrupção das atividades, a dificuldade para captação de linhas de crédito e a insegurança quanto à aprovação de medidas que flexibilizem as relações trabalhistas e de consumo, levaram à contenção dos custos e, consequentemente, às demissões”, disse a Braztoa.

Expectativas e Perspectivas

Sobre o faturamento, 37% das operadoras esperam uma redução entre 76% e 100%. Já para 33% das empresas, a redução deve ficar entre 51% e 75%. Enquanto isso, 13% acreditam que a diminuição fique entre 26% e 50%, percentual que se repete entre as empresas que não conseguem prever como será o período. Por fim, apenas 4% das pesquisadas espera que a retração seja de até 10%.

No cenário atual da pandemia, mais da metade (54%) das empresas espera atingir o mesmo volume de faturamento pré-pandemia apenas em 2022

No cenário atual da pandemia, mais da metade (54%) das empresas espera atingir o mesmo volume de faturamento pré-pandemia apenas em 2022. Os que aguardam esses resultados em 2021 somam 13%, ficando quase empatados com os que esperam o mesmo apenas para 2023. Quase um quarto das empresas (23%) não soube opinar.

A Braztoa informa que o aspecto da pesquisa é muito volátil e tende a ter grandes mudanças de acordo com os acontecimentos, como a descoberta de uma vacina, abertura mais ampla das fronteiras, entre outros.

A retomada das vendas, das viagens e das atividades depende de diversos fatores e geram alguns pontos de preocupação, cujos destaques estão no fechamento das fronteiras (88%), condições sanitárias (75%), posicionamento de marca (74%), câmbio (67%), fluxo de caixa (65%), segurança sanitária e medo por parte do consumidor (65%).

Medidas para a retomada

Roberto Neldeciu, presidente da Braztoa

Roberto Neldeciu, presidente da Braztoa

A Braztoa tem estimulado a geração de negócios entre seus associados e diferentes players do mercado, com ações de aproximação das redes de relacionamento e distribuição e com uma comunicação constante e transparente com o setor e o consumidor. É o caso do Movimento Supera Turismo, que busca a apoiar a retomada do turismo com segurança, divulgando as viagens de forma compartilhada com o maior número de pessoas engajadas, além da série de webinars realizada desde abril, e a atual articulação para a realização de uma série de eventos.

‘Desde o início da pandemia provocada pelo Covid-19, a Braztoa está focada em uma gestão de crise, desenhada de forma conjunta entre Conselho de Administração e executivos. A entidade está mobilizada e comprometida em monitorar, informar, atuar e ajudar seus associados, visando a continuidade e a sustentabilidade dos negócios em um novo ambiente de mercado. A resiliência para entender, reagir e buscar soluções tem sido imprescindível para a associação e seus membros que se tornaram cada vez mais unidos e colaborativos entre si”, reforça Roberto Haro Nedelciu.

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