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Agências e Operadoras / Aviação / Destinos

Como hábitos e destinos dos viajantes brasileiros estão mudando após a pandemia

Maceió segue no topo da lista tanto de embarques em dezembro e janeiro como nas buscas para o segundo semestre

Maceió segue no topo da lista tanto de embarques em dezembro e janeiro como nas buscas para o segundo semestre

O mundo mudou. A pandemia da Covid-19 alterou os hábitos das pessoas no mundo todo, sejam eles de consumo, lazer e até de trabalho. Com as viagens não seria diferente. Como sabemos, em um primeiro momento elas foram quase que totalmente paralisadas. Depois, com mais segurança e muitos protocolos, foram sendo retomadas aos poucos. Mas quem é este novo viajante? Para onde ele está indo? Quais meios de transporte e hospedagem estão sendo utilizados?

São perguntas complexas e a resposta depende de vários fatores, uma vez que o Brasil é muito grande. Mas há algumas maneiras de entender melhor estes novos hábitos e desejos dos viajantes brasileiros. Um deles é a intenção de viajar. O relatório Global da Hoteis.com “The 2021 Upgrade” revelou um aumento nas viagens espontâneas para este ano, mesmo ainda em meio a uma série de regras e restrições.

Segundo o relatório, quase 92% do total de brasileiros entrevistados revelam que pretendem ser mais espontâneos que nunca em 2021, em relação a viagens. Muitos afirmam que abririam mão de álcool (32%), sexo (18%), doces (24%), redes sociais (24%) e até de comer arroz com feijão (19%) por um mês para ficar em um bom hotel e aproveitar suas férias em 2021.

Em escala global, 87% das pessoas pretendem ser mais impulsivas após as viagens canceladas, o tédio e o vazio que deram o tom de 2020. O estudo mostrou ainda que, em escala global, 31% dos entrevistados estão apelidando 2020 de “o ano perdido” para viagens, levando mais de um terço (32%) a declarar que largaria tudo para viajar em 2021. “Os dados de reservas confirmam isso, com quase metade das reservas em junho de 2020 (quando as regras do lockdown suavizaram pela primeira vez) sendo feitas apenas três dias antes do dia da hospedagem”, informou a Hotéis.com.

ANTECEDÊNCIA MENOR

Entre os brasileiros, 36% dos entrevistados revelaram que diria “sim” para mais viagens de última hora. Além disso, metade deles (50%) diz que investiria sem problemas em uma viagem de longa distância por apenas alguns dias, enquanto quase 30% afirmam que não fariam plano nenhum para a viagem apenas para que a experiência possa ser a mais espontânea possível quando chegarem no destino. Outros 23% estão prontos para reservar um hotel cinco estrelas para suas viagens de 2021.

MAIS QUALIDADE

Em comparação com os tempos pré-pandêmicos, no Brasil, 38% agora reservaria um quarto de hotel melhor, e mais de um terço diria “sim” sem pensar duas vezes para um upgrade se oferecido no momento da reserva (35%). Além disso, 28% dos brasileiros afirmam que reservariam espontaneamente um hotel chique para uma estadia no fim de semana e 23% dizem que aproveitariam uma estadia de meio de semana para se hospedar em um bom hotel de sua cidade.

38% dos brasileiros quer reservar quartos melhores de hotel do que reservariam em viagens planejadas para 2020

38% dos brasileiros quer reservar quartos melhores de hotel do que reservariam em viagens planejadas para 2020

VAI PRA ONDE?

Outra pista sobre os novos hábitos dos viajantes são as rotas mais movimentadas. De acordo com os dados da Anac, a pandemia alterou esta lista. A Covid-19 afetou não só o número de passageiros da aviação comercial brasileira, mas também mexeu com a relevância das principais rotas aéreas do País. A queda de oferta, o estabelecimento da malha essencial e uma retomada que priorizou capitais contribuíram para derrubaram ainda mais o fluxo de rotas importantes e que ocuparam as primeiras posições entre as mais movimentadas dos últimos anos.

Retrato dessa prioridade dada a capitais são as ligações entre Guarulhos e os aeroportos de Maceió, Natal, Goiânia e Cuiabá, que em 2020 ficaram entre as 20 rotas mais movimentadas do país, enquanto em 2019 não fizeram parte deste grupo. Estas rotas ocuparam posições das ligações internacionais de Guarulhos para Santiago e Buenos Aires, e voos de capitais como Curitiba e Salvador para Congonhas.

Pandemia alterou o ranking de rotas mais movimentadas do país

Pandemia alterou o ranking de rotas mais movimentadas do país

Congonhas – Mesmo com a pandemia, a ponte aérea Congonhas-Santos Dumont se manteve como a rota mais movimentada de 2020, com um total de 1,3 milhão de passageiros. O número, no entanto, representa uma queda de 63% em relação a 2019. O número de pousos e decolagens na rota caiu de 31 mil para 13 mil.

Apesar de ostentar a primeira posição, Congonhas aparece entre as rotas mais afetadas no ranking. O aeroporto foi prejudicado no início da pandemia, entre março e abril, quando Gol e Latam optaram por direcionar os voos de sua malha emergencial para Guarulhos, e a Azul para seu hub, em Campinas.

No fim de março, Congonhas registrava cerca de 30 operações diárias, entre pousos e decolagens, enquanto em 2019 foram cerca de 500 nesta mesma época. Ao longo do ano, o aeroporto ainda foi impactado pelas obras da pista, em agosto, que deixaram somente Azul e Passaredo, com aeronaves ATR-72, operando durante um mês.

Além da ponte aérea, a única rota de Congonhas que integrou o top 10 das mais movimentadas de 2020 foi Congonhas-Brasília, que caiu da 3ª para a 9ª colocação. Em 2019 Congonhas estava em oito das 20 rotas mais movimentadas. Em 2020 foram apenas quatro.

Outro destaque fica por conta de Campinas, única cidade além das capitais a figurar entre as rotas do Top 20, na vigésima posição, na ligação Viracopos – Santos Dumont. A rota foi uma das que menos perdeu fluxo na comparação com 2019 (-11%) e se destaca como uma das que mais ganharam posições (65ª em 2019).

Guarulhos – Se Congonhas perdeu espaço, Guarulhos ganhou. O aeroporto mais movimentado do país foi priorizado pelas companhias na ligação para outras capitais do país, fazendo parte de 14 das 20 rotas mais movimentadas do ano. Em 2019 foram 11. Das oito primeiras posições, Guarulhos só não aparece na liderança, ocupada pela ponte aérea.

Entre os destaques estão as ligações para Maceió, que passou da 30ª colocação para a 16ª, Brasília (da 14ª para 6ª) e Fortaleza (8ª para 5ª). Mas a rota que mais ganhou posições foi Guarulhos – Santos Dumont (RJ), da 33ª em 2019 para 13ª, um reflexo das obras na pista de Congonhas, que transferiram voos da ponte aérea para o GRU Airport. A rota, foi uma das que menos perdeu movimentação na comparação com 2019, com uma queda de 19%.

Rotas mais movimentadas

O QUE VENDEU EM 2020?

De acordo com dados da CVC Corp, maior empresa do setor no País, os embarques em dezembro e janeiro foi muito forte no nacional. Ao mesmo tempo o doméstico também representou 91% das vendas para esse período. Vale lembrar que há muitas fronteiras fechadas e a temporada de cruzeiros marítimos foi cancelada.

Ainda conforme os dados da CVC, Sol e Praia foi o segmento preferido. Os cinco destinos mais procurados foram Maceió, Natal, Porto Seguro, Recife e Fortaleza. O primeiro destino que aparece fora Nordeste é o Rio de Janeiro, em 9º lugar, seguido pela Serra Gaúcha, em 10º lugar. No internacional, o destino mais procurado foi Cancun.

Em relação ao tempo, a permanência predominante foi de sete noites no destino, tanto em 52% dos embarques em dezembro como em 54% dos casos nos embarques de janeiro. Os dados da CVC também apontam que as vendas tiveram uma antecedência menor, uma vez que 66% dos pacotes com embarque em dezembro foi comprada entre outubro e dezembro. No caso de janeiro, 77% dos embarques até agora foram reservados também entre outubro e dezembro.

Por fim, os maiores emissores, que representam 70% dos embarques de dezembro e janeiro são de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul, sendo que os paulistas representaram 40% do total.

E PARA O FUTURO?

Um levantamento feito pelo metabuscador Kayak a pedido do Mercado & Eventos mostra que a busca por bilhetes aéreos para o segundo semestre de 2021 não difere muito das viagens registradas em dezembro e janeiro. Maceió, Recife e Fortaleza formam o TOP 3. No caso do internacional, Santiago, Lisboa e Buenos Aires são os mais buscados.

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