
João Ricardo Mendes, fundador e CEO do Hurb, completou um mês detido na Penitenciária Evaristo de Moraes, em São Cristóvão, após ter um pedido de habeas corpus negado pela Justiça. A decisão liminar de soltura foi rechaçada, e o julgamento do mérito do habeas corpus está marcado para o próximo dia 3. Mendes foi preso em flagrante no dia 25 de abril, acusado de furtar obras de arte do Hotel Hyatt e de subtrair dois quadros, uma carteira e um iPad do escritório Duda Porto Arquitetura, localizado no Casa Shopping, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Os crimes ocorreram após dois anos de crise no Hurb, período no qual milhares de clientes afirmam ter sido lesados ao adquirir pacotes de viagem que não foram cumpridos.
A defesa de Mendes alega que ele é vítima de “constrangimento ilegal” e o descreve como um “jovem empreendedor” com “graves transtornos de ordem neuropsiquiátrica”. Os advogados sustentam que os crimes não envolveram violência ou grave ameaça e que Mendes é réu primário, com residência fixa. Afirmam ainda que os furtos ocorreram durante um “delírio emocional” e em “estado de absoluto torpor”, sem intenção de obter vantagem econômica.
No entanto, a desembargadora Denise Vaccari Machado Paes, da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, indeferiu o pedido de liberdade provisória ou prisão domiciliar. Ela destacou elementos que indicam planejamento e intenção deliberada nos crimes. Entre os agravantes citados estão o uso de uma moto com placa removida para evitar rastreamento, a contratação de um táxi para transportar os objetos furtados, e o uso de disfarces, como uma bolsa de entregador e uma fronha de travesseiro para esconder os itens subtraídos. Mendes também se passou por técnico de informática para acessar o escritório de arquitetura.
A magistrada ressaltou que os objetos furtados tinham valor significativo e que há indícios de que os crimes possam ter sido cometidos para tentar cobrir dívidas da empresa. Segundo ela, a prisão preventiva é necessária para proteger a ordem pública e evitar novos delitos.
*Com informações do Globo