
A Abracorp realizou na última semana a sua segunda sessão de videoconferência. O tema desta vez foi ‘como empresas que ocupam posição de liderança setorial se preparam para o pós Covid-19’. Durante pouco mais de uma hora, participaram do encontro Jamyl Jarrus Jr., diretor executivo de Vendas e Marketing da Movida; João Nagy, CEO do Grupo WTC-SP, e Matt Teixeira, diretor de Vendas Internacionais da Best Western Hotels & Resorts.
Sob a condução de Gervasio Tanabe e Carlos Prado, respectivamente presidente executivo e presidente do Conselho de Administração da entidade, o bate-papo contou com a audiência da alta direção das agências associadas, responsáveis pela movimentação de mais de R$ 11,3 bilhões em 2019. “Queremos focar na retomada, certos de que com a união de todos faremos um turismo mais forte”, disse Prado.
Novos protocolos
“Resgatar a confiança da demanda. Este é o principal desafio. Por isso, é preciso dar visibilidade às boas práticas adotadas na limpeza”, destacou Jarrus Jr., que também anunciou aumento do foco em tecnologia. “Já sabíamos que as pessoas não querem pegar filas nas lojas, mas agora temos certeza”, afirmou e, por isso também, a locadora segue apostando na digitalização.
Nagy informou que o Grupo WTC-SP importou equipamentos de limpeza com tecnologia moderna para diminuir as interações pessoais. “Com a entrega da chave digital no celular dos hóspedes facilitamos o check-in e check-out”, acrescentou. “A limpeza sempre esteve no DNA da hotelaria, mas novas normas propostas pelas autoridades trarão constantes evoluções, resultando na necessidade de mais investimentos em tecnologias; treinamento e equipamentos do pessoal de limpeza”, disse Teixeira, da Best Western.
Para Prado, desconstruir a insegurança é um objetivo comum. “Isso requer de todos, incluindo as agências associadas, o uso progressivo de recursos como RPA (Robotic Process Automation ou Automação Robótica de Processos); inteligência artificial, IoT (Internet das Coisas) e aprimoramento dos cuidados adicionais no processo de comunicação”, disse.
O presidente do Conselho de Administração da Abracorp reiterou ainda que em call realizado com o Palácio dos Bandeirantes, incluindo o governador do Estado e outras lideranças setoriais, a FIESP sugeriu e todos concordaram em criar uma espécie de cartilha, contendo a recomendação de protocolos. “Esse é o primeiro passo a ser dado, prevendo o início da retomada gradual para o dia 11 de maio, caso os indicadores de contaminação não obriguem a volta do lock down”, afirmou Prado.
Novas soluções de pagamento
Considerando que novos investimentos serão necessários, ao mesmo tempo em que a demanda estará reprimida, “a dinâmica de relacionamento com as TMC’s vai mudar?”, indagou Tanabe. “A substituição do faturamento por meios eletrônicos de pagamento será adotada pela hotelaria?”, acrescentou.
“Vamos depender muito das agências de viagens, das operadoras e das tecnologias, por meio das quais as reservas serão feitas”, cravou Teixeira, que também foi categórico quanto à necessidade do mercado brasileiro “sair do faturamento, para reduzir custos operacionais, ajudar o cash flow”. Nagy concorda e propõe que “os hotéis, os centros de convenções e as TMCs precisam se unir e garantir o pagamento em tempo real”.
Novos produtos
Jarrus concorda com os dois hoteleiros e pondera em favor da mudança de foco das TMCs, considerando que “a cada dez passagens aéreas vendidas, oito reservas hoteleiras são feitas e duas locações”. Acrescenta que a tendência é a demanda pelas viagens de curta distância retornar um pouco antes das internacionais. “Daí a necessidade de se criar mais proximidade com as TMCs; construir novos produtos e modelos de relacionamento, tendo em vista o crescimento do mercado de locação no país”.