Dia do Agente de Viagens: entidades dão dicas para se destacar no mercado

Diante de cenários desafiadores, profissionais precisam ser flexíveis e estarem sempre atualizados – Foto: reprodução

O trabalho do agente de viagem data do início do século XX, período em que sua principal função era a comercialização de passagens marítimas e férreas. De lá para cá, o setor evoluiu, quase que na mesma medida em que surgem novas tendências na internet. Inclusive, a pandemia de Covid-19 foi responsável por reformular a relação do agente com o mundo digital, mudando a visão de concorrente para aliado, como uma extensão do ambiente físico, que permite alcançar mais pessoas.

A fim de prestigiar a classe de profissionais, que neste dia 22 de abril celebra o Dia do Agente de Viagens, o MERCADO & EVENTOS conversou com especialistas no setor para dar dicas de como tirar o melhor da profissão.

“Precisamos ter força e orgulho de dizermos o quão imprescindíveis somos, mesmo frente aos fornecedores. Não podemos deixar que esqueçam que nós, agentes de viagens, quando distribuímos seus produtos diariamente, nos tornamos responsáveis por até 90% da venda de todos os produtos de turismo no país”, enfatiza Magda Nassar, presidente da Abav Nacional.

“Não podemos deixar que esqueçam que nós, agentes de viagens, quando distribuímos seus produtos diariamente, nos tornamos responsáveis por até 90% da venda de todos os produtos de turismo no país”

Ainda segundo a presidente da principal instituição que representa a categoria em todo o Brasil, “com todos os problemas que tivemos, entendemos que não ter esse profissional é estar perdido no mundo, portanto, temos que perpetuar essa importância, para que não sejamos esquecidos e que não venhamos a receber menos do que merecemos”, endossa Nassar.

Agente de ouro

Muito mais do que habilidades técnicas, o agente de viagens é figura que, para se destacar em seu ofício, precisa ser empático e estar antenado sobre as novidades do mercado, além de, por vezes, antecipar as necessidades de seus clientes. É o o que pensa Mariana Aldrigui, professora e pesquisadora de Turismo Urbano na USP, além de presidente do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

“Os agentes devem acompanhar as tendências, porém, sempre lembrando que modas passam, e a lembrança de um bom atendimento permanece. Não é possível competir com a quantidade e velocidade de informações que se obtém em buscas online, mas é sim possível ser uma fonte de informações qualificadas, com bons exemplos e orientações úteis”, destacou.

Inês Melo, presidente da Unav, Mariana Aldrigui, professora e pesquisadora de Turismo da USP e Magda Nassar, presidente da Abav

Já Magda ressalta a relevância dos treinamentos e da especialização em produtos, serviços e destinos. “Um especialista vai ser sempre mais importante do que um generalista e se ele estiver sempre um passo à frente, mostrará o quão imprescindível é, não só em termos técnicos, mas em aspectos humanos, identificando os interesses e personalizando a viagem”, afirma.

Outro aspecto necessário, conforme pontuação de Aldrigui, é “ser capaz de comunicar-se em mensagens curtas e claras, já que os clientes muitas vezes não lêem as letras miúdas, e vão preferir concisão e objetividade. Especialmente para clientes mais recentes, que precisam de orientações que indiquem segurança e confiabilidade, o que pode preservar a relação por mais tempo, sem que ela dependa apenas dos menores preços”, acrescenta.

“Sem dúvida o maior avanço foi a compreensão, por parte dos empresários, de que nos unindo, conseguimos mais. Que nossos concorrentes são apenas isso. Não são adversários e muito menos inimigos

Com foco nas agências de viagens, Inês Melo, porta-voz da União Nacional dos Agentes de Viagens, salienta o trabalho em conjunto. “Sem dúvida o maior avanço foi a compreensão, por parte dos empresários, de que nos unindo, conseguimos mais. Que nossos concorrentes são apenas isso. Não são adversários e muito menos inimigos”, defende a presidente do conselho da Fecomércio São Paulo.

O desafio, segundo ela, está em “como” comunicar a relevância deste trabalho, visto que “são muitos os potenciais clientes que ainda desconhecem o trabalho das agências de viagens”, declara Melo.

Dicas

Após a conversa com as três especialistas, o M&E resumiu algumas das dicas compartilhadas, para auxiliar no desenvolvimento e melhora do desempenho profissional dos agentes de viagens. Confira!

1. Trabalhe em conjunto – Procure estar com mais empresas semelhantes à sua e que possam contribuir com o seu negócio ao mesmo tempo que você consiga retribuir o que receber. Filie-se a entidades que levantem causas em prol do segmento que você atua e mantenha uma rede de apoio para o caso de precisar de ajuda ou de ajudar quem precisa.

2. Antecipe-se – Conheça o seus clientes, fornecedores, parceiros e todos aqueles que se relacionam com seu negócio, inclusive a si mesmo.

3. Use a Tecnologia – O universo digital é amplo e tem espaço para todos. Busque conhecimento para um melhor posicionamento do seu negócio ou contrate quem domina a área para fazer o trabalho.

4. Esteja sempre atualizado – Não se acomode. Estude sobre áreas específicas de seu interesse de negócio, mas também esteja a par do que está acontecendo no mundo. Invista em informação, mesmo sobre destinos ou produtos e serviços já conhecidos.

5. Seja profissional – Cumpra prazos, seja atento, comprometido e personalize o serviço conforme a demanda do cliente. Esteja disposto para sanar dúvidas e auxiliar em possíveis problemas.