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João Pin, da Lufthansa, Luiz Fernando, do Sabre, e Rafael Diogo, da Latam Airlines, conduziram o painel (Foto: Eric Ribeiro/M&E)
CAMPINAS – “Você já está pronto para o NDC?” Esta é a provocação que o primeiro painel da 46ª Abav TravelSP 2024 trouxe aos agentes e profissionais de turismo presentes, nesta quinta-feira (11), pouco depois da cerimônia de abertura da maior feira de Turismo de São Paulo. Participaram do painel João Pin, da Lufthansa, Luiz Fernando Mordenti, da Sabre e Rafael Diogo Marques, da Latam, que fazem parte do comitê de tecnologia da Abav-SP l Aviesp.
Um dos assuntos mais ‘desafiadores’ do setor, o NDC ainda é motivo de muita dúvida para o trade. Para elucidar o tema, os executivos debateram a importância de entender mais sobre a tecnologia, que segundo eles, vem para ficar.
New Distribution Capability – ou como é popularmente conhecido, NDC, nada mais é do que um novo padrão de linguagem que vem para dinamizar a forma como os agentes de viagens fecham pacotes para seus clientes. Esta mudança tecnológica já impacta e vai impactar cada vez mais o mundo das viagens. Por isso é tão necessário entender e dominar o tema.
João Pin, da Lufthansa (Foto: Eric Ribeiro/M&E)
“Precisamos deixar claro primeiro que NDC não é um sistema, nem ferramenta, nem um software. É um padrão, um conceito de linguagem, que facilita as aéreas a se comunicarem com os agentes de maneira mais rápida. A transmissão fica mais clara a partir do NDC e faz com que a gente tenha mais controle da nossa oferta”, explicou João Pin, Sales Account Executive da Lufthansa.
“E é isso que o NDC traz: ele permite essa agilidade e eficiência através da tecnologia” – Luiz Fernando Mordenti, Senior Account Director na Sabre
Luiz Fernando Mordenti, Senior Account Director na Sabre, por sua vez, afirmou que odas as companhias buscam a mesma coisa que as agências: um aumento de receita. “E ambas tem o mesmo desafio: a margem apertada. A concorrência é voraz. E por isso precisamos de velocidade, de adaptação, para vender e ter o melhor conteúdo, no melhor momento, da melhor forma. E é isso que o NDC traz: ele permite essa agilidade e eficiência através da tecnologia”, destacou.
Segundo ele, antes, o processo de venda pré internet era muito mais demorado e o agora, o NDC permite que a aérea oferte o que de fato ela quer, diretamente para as agências e para o passageiro. No mundo, mais de 60 companhias aéreas já utilizam o NDC, de acordo com dados da Iata. É uma tendência mundial. Mas, por que as transportadoras têm apostado tanto no NDC? Customização e personalização! Esta é a resposta. É isso que as aéreas trazem com a implantação da tecnologia.
Segundo Rafael Marques, coordenador sênior de Vendas na Latam Airlines, este é um tema que ganhou muita força nos últimos anos, mas que vem sido implantado já a algum tempo – e levará mais um tempo para de fato ser reconhecido e entendido. Para explicar melhor a trajetória do NDC, o executivo traçou uma linha do tempo que mostra como a tecnologia chegou para o setor.
“Parte da transformação do setor aéreo aconteceu na década de 1970, quando foi feita a primeira segmentação de compra por antecedência. Nos anos 2000, tivemos o boom da internet e aprendemos a comprar e consumir de forma online. Em 2012, tivemos o primeiro padrão de NDC e em 2015 as companhias começaram a utlizar a ‘ferramenta’. O NDC ganhou mais força no pós-pandemia, mas não nasceu agora. A tecnologia vem forçando não só o setor aéreo, mas todos os setores a serem mais tecnológicos e é por isso que este assunto está em alta. A tecnologia é inevitável”, contou.
O que é e o que não é NDC
- O que é, de fato, o NDC? Na teoria, um padrão de transmissão de dados, baseado em XML, iniciado pela IATA.
- O que não é NDC? Um modelo comercial. Apesar de abranger questões comerciais por conta da tecnologia, não é um solução de retailing.
“Antigamente, diferentes sistemas tinham que se comunicar para fazer o elo de venda entre companhia, agente e consumidor. E o GDS fazia isso. Agora, o NDC é a nova padronização, que traz novas oportunidades de oferta. Ele possibilita trazer imagens, vendas de produtos adicionais, tudo de forma detalhada, onde é possível ver tarifa, assento, bagagem, refeição, sala vip, de forma simples no processo de venda, e também no processo de pagamento”, explicou Luiz.
Luiz Fernando, da Sabre (Foto: Eric Ribeiro/M&E)
O executivo complementou: “Não é um modelo comercial, é uma tecnologia. Vamos pegar o exemplo do Netflix. Cada pessoa que abre o aplicativo, vai receber sugestões diferentes do que assistir. O que se busca com o NDC é adequar estas ofertas aéreas para o perfil ou necessidade dos clientes, tornando a experiência de venda mais assertiva e simplificada, para que os agentes possam ser mais eficiente e produtivos”, disse ele.
João Pin, da Lufthansa, concordou. “Com o NDC, você pode montar o seu carrinho de acordo com o que você deseja ou que o seu cliente precisa. Conseguimos segmentar para público final ou para o agente de maneira clara”, disse.
E a tecnologia beneficia, de fato, todos os elos.
PRINCIPAIS BENEFÍCIOS PARA EMPRESAS – Para as empresas aéreas, os principais benefícios são a modernização na distribuição de conteúdo, um modelo mais dinamico na oferta de produtos e serviços e ofertas customizadas e personalizadas. Do lado das agências, oferece mais acesso e facilidade ao conteúdo diversificado de produtos e serviços, possibilidade de personalização de acordo com o perfil do cliente e maior transparência e detalhamento nas informações.
BENEFÍCIOS PARA VIAJANTES – Por fim, o viajante também se beneficia do NDC, pois abre-se um leque maior de opções de escolha, entrega um conteúdo personalizado e uma melhor experiência de compra.
O M&E viaja com apoio da GTA.
