Em 2024, a Civitatis, plataforma global de reservas de atividades turísticas, registrou um ano de expansão estratégica e consolidou sua presença na América Latina, com destaque para o Brasil, que se tornou o terceiro maior mercado da empresa, atrás apenas da Espanha e do México. O COO da companhia, Enrique Espinel, está no Brasil está semana e compartilhou com o M&E novidades e expectativas em relação ao futuro da empresa no mercado brasileiro.
Enrique atribui o sucesso à combinação de um catálogo adaptado ao idioma local, tecnologia acessível e atendimento ao cliente diferenciado. “Vimos claramente a oportunidade no mercado brasileiro e replicamos nosso modelo de sucesso. O Brasil nos recebeu muito bem tanto no segmento B2C quanto no B2B, o que nos ajuda a entrar rapidamente no mercado”, afirmou Espinel. Atualmente, o Brasil conta com uma equipe local e dedicada de 12 pessoas e é considerado uma prioridade estratégica para os próximos anos.
Com investimentos renovados do fundo britânico Vitruvian Partners neste ano, a Civitatis planeja consolidar ainda mais sua presença no Brasil e no México, mercados considerados pilares para o crescimento na América Latina.
“A América Latina é complexa, com realidades muito diferentes em cada país, mas vemos um enorme potencial. O Brasil, em particular, está na vanguarda tecnológica da região, o que nos dá uma vantagem competitiva. Em outras palavras, o futuro da Civitatis está aqui, e continuaremos investindo”, concluiu Espinel.
Parceria com agências de viagens é destaque
Originalmente focada no B2C, a Civitatis identificou um novo nicho de mercado ao observar que agentes de viagens e operadores utilizavam a plataforma como clientes finais, mesmo sem ter uma plataforma dedicada e comissão. Para aproveitar a oportunidade, a empresa desenvolveu soluções específicas para agências e operadoras, oferecendo comissionamento e ferramentas de gestão. Atualmente, cerca de 25% do faturamento global da Civitatis vem das agências de viagens, percentual que cresce mais rapidamente na América Latina.
“O Brasil, com sua alta digitalização e tecnologia avançada em meios de pagamento, facilita esse tipo de parceria. Continuaremos a investir neste canal estratégico, especialmente porque ele permite uma abordagem consultiva especializada, muito valorizada pelos viajantes”, destacou Espinel.
Tecnologia e inovação no centro da estratégia
A Civitatis se posiciona como uma empresa de tecnologia, investindo constantemente na evolução de sua plataforma. Entre as inovações destacadas estão as integrações via API com operadores e a precificação dinâmica, que ajusta os preços em tempo real conforme oferta e demanda.
“O dinamismo dos preços, que já é comum na hotelaria e transporte, chegou ao setor de passeios e atividades. Isso exige uma estrutura robusta, tanto na experiência do cliente quanto no back-end, e nossa equipe, com quase 400 pessoas no mundo, está preparada para isso”, explicou Espinel.
A empresa espera que as inovações tecnológicas, o portfólio adaptado às necessidades dos clientes e a ampliação das parcerias com agentes de viagens mantenham o Brasil como um mercado estratégico, ajudando a consolidar sua liderança no setor de turismo na América Latina.
Brasil ganha força com equipe dedicada, liderada por Alexandre Oliveira.
Em outubro deste ano, a Civitatis apresentou Alexandre Oliveira como novo Country Manager para o Brasil. O executivo também esteve presente no encontro e destacou o compromisso da empresa em entender e integrar-se ao mercado local. “Tem sido muito bom. Estou bastante feliz com o desafio. Encontrei uma equipe talentosa e uma cultura vibrante. O foco em querer ser brasileiro, em entender o mercado local e o ecossistema, é o que mais me entusiasma. Essa visão de ser um líder local é essencial para o nosso sucesso”, afirmou.
Para ele, o Brasil oferece oportunidades estratégicas únicas, mas também desafios significativos, como a complexidade do ecossistema de travel, altamente fragmentado. “Nosso foco está em crescer com escalabilidade. Temos um portfólio robusto, com mais de 1.300 atividades em 140 destinos no Brasil, e estamos adaptando nossa comunicação e produtos para nos tornarmos ainda mais locais. Paralelamente, o B2B exige que entremos nesse ecossistema diverso e complexo, ao mesmo tempo em que fortalecemos a equipe e atraímos talentos. Esse equilíbrio é o grande desafio”, explicou.
“Nossa meta de aumentar em 100% as reservas de brasileiros até 2025 está bem encaminhada”
Sobre as metas, Oliveira está confiante no crescimento acelerado do mercado brasileiro. “Nossa meta de aumentar em 100% as reservas de brasileiros até 2025 está bem encaminhada. Este ano crescemos em dois dígitos altos, e temos tudo para superar isso no próximo ano. A integração com parceiros locais, como Nomad e Rappi, é parte dessa estratégia. Elas não só ampliam nossa presença, mas também agregam valor aos clientes, conectando nosso portfólio com novas oportunidades no mercado de viagens e fidelização”, explicou.
Alexandre revelou que continuará focando em parcerias – e pretende também aumentar a equipe no Brasil, de maneira sustentável.
“Existe o novo trade dentro do Trade de viagens, um segmento emergente que eu diria que é o novo dinheiro do trade. É importante ter uma proposta de valor para as grandes operadoras, para as agências de viagem, para os intermediários. Mas existem também os bancos, os marketplaces, as empresas de cashback, as empresas de loyalty, que elas já perceberam que viagem é um produto que tem alta monetização. Então esse segmento é igualmente importante e nesse segmento, a parceria é tudo. Para isso, vamos continuar atraindo novos talentos para equipe e crescer de maneira sustentável”, finalizou.