OPINIÃO – Agente de Viagens: importância, reconhecimento e responsabilidade

Por Simon Mayle, diretor da WTM Latin America

Simon Mayle, diretor da WTM-LA

Pare e pense rápido: quais profissionais você indicaria a um amigo que precisasse de um serviço especializado ou estratégico?

Um advogado? Certamente.

Um corretor de seguros? Sem dúvida alguma.

Um decorador? Muito provavelmente.

Um mecânico de automóveis? Pode confiar que sim.

Um pedreiro, um eletricista ou um engenheiro de obras? Claramente.

Um contador? Possivelmente.

Na sua lista das profissões especializadas e/ou de consultoria, onde está o agente de viagens? Entre os top 10? Entre os top 5?

O fato é que, assim como os vários elos da indústria do turismo, o agente de viagens está trabalhando muito – e mais do que nunca exatamente porque todos estão trabalhando demais.

É como um círculo virtuoso que se retroalimenta: na medida em que as pessoas trabalham muito e se focam nas suas atividades core, elas demandam profissionais especializados em outras atividades.

Isso sempre foi assim. Mas se ampliou agora por uma razão muito simples: mais do que conhecer os destinos e produtos, avaliar demandas e sonhos, conhecer budgets, o agente ganhou papel mais estratégico e necessário na organização de viagens. Eles precisam conhecer o novo mundo que – felizmente – volta a se abrir diante da pandemia que, embora chegando aos níveis de controle, não acabou e mudou totalmente nossa forma de viajar e de escolher nossos próximos destinos.

Mais do que isso: além de conhecer, ele precisa se atualizar constantemente, uma vez que toda cadeia foi e segue sendo afetada, buscando se adequar às novas realidades, entre as quais estão flexibilização de medidas de entrada nos países, demanda por PCR, homologação de vacinas, exigências de seguro saúde. Isso sem falar nos inúmeros cancelamentos que estão ocorrendo para adequação, especialmente, da malha aérea.

Diante desta nova realidade, os agentes de viagens, consultores especializados em planejamento e elaboração de roteiros, precisam se debruçar entre as atualizações dos destinos em relação às exigências sanitárias e novos protocolos – e isso inclui, além das exigências legais e governamentais, o comportamento das atrações localizadas nas regiões. De que adianta, afinal, atravessar o Atlântico se não for para aproveitar a exuberância de praias, parques, museus, bares e restaurantes? Mesmo em um retiro, as regras estão mutáveis.

Ou seja, além de conforto e praticidade te ter um transfer ou um carro de esperando no seu destino, o consumidor busca informações sobre quais são as regras de cada país e o que mais se adequa ao seu perfil (romance, aventura, gastronomia família e tantos outros). Isso sem falar em segurança na compra e suporte nos pós-venda, o que inclui o acompanhamento de sua viagem.

É natural e esperado: o papel consultivo do agente de viagem cresce cada dia mais, pela própria dinâmica de mercado que é pautada, por sua vez, pela mudança de consumo – ou do consumidor. Lembram do círculo virtuoso que citei acima? Ele aparece aqui novamente, retroalimentando o setor e a profissão.

O mundo mudou. Hoje, cada vez mais, o agente de viagens ocupa um lugar de confiança na mente de consumidor. E, exatamente por isso, ele precisa estar em um eterno aprendizado. Afinal, o consumidor sempre tem a expectativa de que o
consultor sabe mais e melhor sobre um tema.

Por isso, ao aceitar este lugar de importância e reconhecimento, nós comemoramos – sim, comemoramos – a responsabilidade destes profissionais. Um profissional de prestígio e reconhecido por seus diferenciais não se aquieta. Pelo contrário, ele se entrega aos desafios e superação.

Neste 22 de abril de 2022, nós comemoramos mais do que o crescimento de 24% no total de agentes de viagem em nosso evento. Nós comemoramos a consolidação deste profissional, que é um dos elos mais importantes em nossa indústria.

Salve 22 de Abril. Feliz Dia do Agente de Viagens!