Por Roberto Maia

Entrevistamos o CEO da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, que falou com exclusividade sobre o atual momento da companhia e como a empresa atravessou os piores meses da pandemia. A seguir apresentamos alguns trechos da entrevista que estará publicada na íntegra na edição 431 do M&E, que estará em circulação na próxima semana.
Custo Brasil
Perguntado se cenário macroeconômico atual no Brasil, com inflação alta, dólar a R$ 5,70 e o crescente aumento nos preços dos combustíveis torna ainda mais difícil a operação de uma companhia aérea, Rodgerson concordou que esses fatores fazem uma pressão maior nos gastos da empresa. “Contudo, acreditamos que deve haver melhoria no cenário da aviação à medida que as companhias aéreas forem repondo sua capacidade e a economia retomando sua força”, disse.
A pandemia
O CEO da Azul relatou que apesar dos problemas causados pela pandemia, a companhia se manteve resiliente e focada em atender ao Brasil. Ele revelou quais foram as principais mediadas adotadas pela empresa no pior momento da crise e qual é a situação atual. “A Azul já está operando para mais de 130 cidades, ultrapassando até mesmo os níveis de antes desta crise”.
Otimismo
A Azul fechou 2021 com 20,9% de aumento no tráfego aéreo. E, apesar da variante Ômicron, Rodgerson está otimista e espera uma trajetória positiva em oferta e também na demanda para 2022. “Nós já estamos operando em 130 destinos no Brasil, enquanto que antes da pandemia estávamos em 116 cidades e nossa expectativa é de chegar a 150 cidades dentro do Brasil.”
Viagens corporativas
As viagens corporativas não seguem a mesma tendência de alta das de lazer. Sobre esse tema, o CEO da Azul disse que nos últimos meses de 2021 houve uma retomada nesse segmento.
Expansão em 2022
Segundo John Rodgerson, a Azul já voa para mais destinos domésticos do que antes da pandemia e tem planos para expandir ainda mais a atuação regional da companhia no país. No mercado internacional, a previsão é mais conservadora.
Fidelização
Perguntado sobre como a Azul trabalha para fidelizar seus passageiros, Rodgerson disse que o mercado tem espaço para os mais diferentes tipos de clientes. Entre outras coisas ele disse que a Azul “preza por um atendimento humanizado e personalizado, em que a tecnologia se alia ao propósito humano para proporcionar a melhor experiência de viagem aos clientes”.
Tecnologia
Cada vez mais importantes na operação de uma companhia aérea, Rodgerson falou sobre os investimentos em tecnologia e logística. “Estamos sempre buscando por melhores soluções tecnológicas e mais inovadoras para tornar nossos voos experiências únicas aos nossos clientes. Um exemplo disso é a recente implantação de Wi-fi nas aeronaves”, comentou.
Logística
O CEO disse que muito está sendo feito. Citou exemplos como a orientação do check-in pelo aplicativo, as bancadas digitais de autoatendimento e o Tapete Azul através de realidade aumentada. “A inovação vem proporcionando uma diminuição de cerca de 25% no tempo em que uma pessoa leva entre embarcar e sentar dentro do avião”, afirmou.
Sustentabilidade
John Rodgerson falou bastante sobre esse tema. Em particular à adesão da Azul ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com ele, entre os compromissos assumidos estão, por exemplo, zerar as emissões de carbono até 2045, compensar resíduos gerados a bordo, ampliar o transporte de órgãos pelo SUS e expandir as missões humanitárias. “Além disso, estamos em meio a um processo de renovação de frota, trazendo aviões de fábrica com tecnologia de ponta e que queimam menos combustível”, revelou.