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Aviação / Feiras e Eventos

Aéreas debatem aquisições e recuperação da demanda em congresso de C&VBx

Diretor de redação do M&E, Anderson Masetto, mediou o painel.

Diretor de redação do M&E, Anderson Masetto, mediou o painel.

O futuro do mercado aéreo brasileiro foi tema do debate no 13º Congresso Brasileiro de Convention & Visitors Bureaux. Em painel mediado pelo diretor de redação do MERCADO & EVENTOS, Anderson Masetto, Edurado Busch, CEO da VoePass, e John Rodgerson, presidente da Azul falaram sobre as perspectivas e os desafios na retomada do setor.

Os executivos destacaram o trabalho de renegociação com fornecedores e sindicatos de colaboradores e da redução das operações, no caso da Azul e de paralisação completa na VoePass. Mas a principal mensagem foi a de um otimismo cauteloso com o reaquecimento do mercado iniciado em maio, após a segunda onda.

“A segunda onda foi muito crítica. Tivemos em abril um dos piores momentos desde o início da pandemia, reduzindo em quase 80% da operação. Mas a gente já vê uma retomada acontecendo desde maio, com um aumento da demanda e uma melhoria no aproveitamento dos voos e as vendas estão melhores. Projetamos um cenário bem melhor até o final do ano. As nossas projeções falam e 80% da capacidade operacional. A gente vê um bom momento, mas estamos sendo cauteloso em relação a oferta para que não tenhamos o excesso de oferta e tenha que dar dois passos para trás. Estamos fazendo de uma maneira mais sustentável”, explica Busch.

Já Rodgerson falou sobre a retomada antes da segunda onda, com um indicativo de que existe uma demanda represada no setor. “Dezembro e janeiro, sem nenhuma pessoa vacinada no País, a retomada já foi forte. Retomamos quase 90% da malha comparando com 2019 e depois a segunda onda veio. O que isso quer dizer é que brasileiro quer viajar”, afirmou.

O presidente da Azul, fez uma comparação com os Estados Unidos, onde esta atualmente. O país foi entre dezembro e janeiro o epicentro da pandemia, com mais de 4 mil mortos por dia, e hoje, já com grande parte da população adulta vacinada, retomou os eventos com público, como nos playoffs da NBA, liga de basquete norte-americana, que o executivo teve a oportunidade de assistir.

“Eu vi isso em um país que há quatro meses estava nessa situação de 4 mil mortos e percebi que a vida vai voltar ao normal. Estamos quatro meses atrás dos EUA em vacinação, meses, não são anos. Temos que olhar para a segunda metade de 2021 com muito otimismo. Temos que salvar a indústria de julho para dezembro. Se fizermos isso vamos ter uma indústria muito mais saudável. Se aconteceu na Europa e nos Estados Unidos, pode acontecer aqui”, completou.

John Rodgerson:

John Rodgerson: “Temos que olhar para a segunda metade de 2021 com muito otimismo”

ESTAR PRONTOS PARA A RETOMADA

Com a demanda represada, o risco de não ter uma oferta forte quando um grande número de pessoas retomarem suas viagens. Nesta linha, os executivos destacaram a necessidade de estar prontos para a retomada, tanto operacionalmente quanto financeiramente.

John Rodgerson citou o exemplo do congestionamento nos canais de call center de companhias dos EUA pela alta demanda para reforçar essa necessidade de preparar a estrutura interna para atender a demanda represada. “Temos que aprender as lições com outros países. Nosso time tem que ser preparado para retomada. Estamos voando com todas as nossas aeronaves, pois resgatar uma aeronave leva muito mais tempo. Temos que todos os pilotos ativos, todo o call center preparados pois a retomada virá. Além disso, captamos US$ 600 milhões no mercado, pois acredito na retomada, acredito que temos que estar preparados com capital para investir na retomada, explicou.

Eduardo Busch também citou o lado financeiro, com o aporte decorrente da venda da MAP para garantir uma retomada com mais força. “A venda da MAP foi uma maneira de buscar capitalização para voltar forte. Estamos na recuperação de frota, operando nove dos nossos 12 aviões. Em 90 dias teremos toda a frota disponível para aproveitar esta demanda que está vindo. Não podemos ser gargalo, queremos ser alavanca para a retomada”, reforçou.

Eduardo Busch

Eduardo Busch: “Não podemos ser gargalo, queremos ser alavanca para a retomada”

AQUISIÇÕES NO MERCADO

Além do olhar sobre a retomada, os executivos foram questionados sobre as movimentações de mercado, como a venda da MAP para Gol, pela VoePass, e um possível interesse da Azul na aquisição das operações da Latam Brasil.

O CEO da VoePass falou sobre a transformação do perfil da companhia após a distribuição dos slots em Congonhas, mesmo período em que a companhia adquiriu a MAP, que acabou sendo recuado com a pandemia.

“O mercado corporativo mudou e um processo de retomada em Congonhas iria consumir novamente um investimento pesado, que já tínhamos feito em 2019. Nesse cenário, buscamos uma solução, que foi trazer um benefício econômico com a venda de toda esta operação pra a Gol. Essa operação vai tirar da empresa uma série de obrigações de curto prazo, alivia a necessidade de retomada e permite um crescimento sustentável para os próximos dois anos”, afirmou.

Pelo lado da Azul, John Rodgerson salientou que esses movimentos são positivos para indústria, para manter empresas sólidas. “Ninguém fala a porcentagem que o Air Canada tem no Canadá, ou a Lufthansa na Alemanha. As pessoas querem empresas saudáveis, que conectem passageiros com o mundo. O que. Vejo no Brasil são empresas que fazem ‘voos de galinha’ que começa em fecham. Estou aqui há 12 anos e já vi este filme muitas vezes. Isso não é bom para a indústria. Um movimento neste sentido seria bom para o País”, afirmou.

Apesar de não dar detalhes, por se tratarem de empresas de capital aberto, John destacou que compras ou fusões são importante para evitar crises no setor. O executivo chegou a citar exemplos de United e Continental e de US Airways e American Airlines, que resultaram em um mercado mais forte e que chegam a faltar pilotos.

“Não posso falar de nada o que está acontecendo, mas quero abrir a mente de que isso seria saudável para o Brasil, para as conexões e para a indústria inteira. Ao invés de ter uma crise a cada dois ou três anos, o que todo mundo quer é empresa que lucrem, paguem muitos impostos, ajudem o país, contratem muita gente e que comprem aeronaves locais, como a Azul faz.

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