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Aviação

Air France e Airbus serão julgadas por acidente do voo Rio-Paris em 2009

Partes do A330 da Air France sendo içadas

Partes do A330 da Air France sendo içadas durante as buscas

O tribunal de apelação de Paris decidiu nesta quarta-feira (12) que Air France e Airbus devem ser julgadas por homicídio culposo por sua responsabilidade no acidente do voo AF 447 da Air France, entre Rio de Janeiro e Paris, que vitimou 228 pessoas em 2009.

O parecer reverte uma decisão de 2019 de não processar nenhuma das empresas pelo acidente, no qual os pilotos perderam o controle do jato Airbus A330 depois que o gelo bloqueou seus sensores de velocidade no ar. As famílias das vítimas receberam bem a decisão, mas a Airbus e a Air France disseram que buscariam anulá-la na Cour de Cassation, a mais alta corte de apelação da França.

“A decisão do tribunal que acaba de ser anunciada não reflete de forma alguma as conclusões da investigação”, disse a Airbus em comunicado. A Air France “afirma que não cometeu nenhuma culpa criminal na origem deste trágico acidente”, disse um porta-voz da companhia aérea, que faz parte da Air France-KLM.

O ACIDENTE

O voo AF447 decolou do Aeroporto do Galeão às 19h29 do dia 31 de maio de 2009 e deveria pousar Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle aproximadamente 10h30 depois, às 11h03 (horário de Paris – 6h03 no Brasil, do dia seguinte). Após pouco mais de duas horas de voo aconteceu o último contato com a tripulação, quando a aeronave sobrevoava o Oceano Atlântico e se aproximava do fim da cobertura do espaço aéreo brasileiro.

Aproximadamente 40 minutos depois, aproximadamente a 1.220 km da costa de Natal (RN), a aeronave emitiu diversas mensagens automáticas indicando problemas elétricos e perda de pressurização da cabine. O avião mergulhou no Atlântico, durante uma tempestade, em virtude de um defeito nos sensores de velocidade, chamados tubos de pitot, que confundiram os pilotos, desligaram o piloto automático e causaram a desorientação na cabine.

Air France acidente

Investigadores franceses descobriram que a tripulação lidou mal com a situação decorrente da perda de dados de velocidade de sensores bloqueados com gelo e causou um estol (perda de sustentação) aerodinâmico por manter o nariz da aeronave muito alto.

Entre as vítimas, estavam passageiros de 34 diferentes nacionalidades. A busca pelos destroços levou mais de dois anos. As partes da aeronave foram localizadas no Brasil, a uma profundidade de 3,9 mil metros, e só foram encontradas por submarinos controlados remotamente. As primeiras investigações iniciaram com Airbus e Air France indiciadas em 2011.

A decisão anterior de não ir a julgamento atraiu contestações legais das famílias, bem como de sindicatos de pilotos e promotores que haviam apresentado acusações apenas contra a Air France. A decisão de quarta-feira manteve novas demandas para um julgamento de ambas as empresas de promotores que acusaram a Air France de falhas no treinamento de pilotos e a Airbus por subestimar os perigos apresentados por problemas conhecidos com os sensores de velocidade.

A330-203, modelo do acidente com o voo AF 477

A330-203, modelo do acidente com o voo AF 477

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