Em 2024, 3,8 milhões de passageiros foram impactados por cancelamentos de voos no Brasil até outubro, número que supera os 3,1 milhões registrados ao longo de todo o ano anterior. O levantamento, realizado pela AirHelp, empresa de tecnologia de viagens, revela um crescimento de 22,6% nas ocorrências, afetando um em cada 21 passageiros, em contraste com a proporção de um em cada 32 observada em 2023.
Além dos cancelamentos, houve um aumento nos atrasos superiores a duas horas, afetando 4,488 milhões de passageiros até outubro de 2024, ou um em cada 18. Em 2023, essa taxa era de um em cada 25, totalizando 3,969 milhões de pessoas impactadas. Em casos onde os problemas não foram causados por fatores meteorológicos ou de força maior, passageiros têm a opção de pleitear compensação financeira.
Apesar do aumento nos cancelamentos e atrasos, o volume total de passageiros transportados até outubro foi menor que o do ano anterior: 80 milhões em 2024 contra 98 milhões em 2023. Esse cenário representa uma queda na movimentação de passageiros, mas o impacto das interrupções nos serviços permaneceu alto, afetando a experiência de viagem.
Para solicitar indenização, os passageiros precisam demonstrar que o cancelamento ou atraso causou algum tipo de dano, como perda de compromissos importantes ou consequências profissionais. A compensação média, segundo a AirHelp, pode chegar a R$ 10.000, e há maior chance de indenização quando a companhia aérea é diretamente responsável, como em casos de problemas técnicos ou falta de tripulação.
De acordo com Luciano Barreto, diretor-geral da AirHelp no Brasil, embora as normas brasileiras garantam proteção aos passageiros, muitos desconhecem seus direitos ou têm dificuldades em entender a legislação de compensação. “Os passageiros brasileiros ainda enfrentam desafios para fazer valer seus direitos, em parte por falta de conhecimento sobre o processo e sobre o que a lei determina em termos de assistência e compensação,” explica Barreto.