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Azul pede recuperação judicial nos EUA e ações despencam mais de 40%

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Felipe Abílio

Publicado - 28/05/2025 - 09:37

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Azul entra em recuperação judicial nos EUA para cortar dívidas bilionárias (Divulgação/Azul)

A terça-feira começou turbulenta para a Azul Linhas Aéreas. As ADRs (recibos de ações negociadas nos EUA) da companhia despencaram mais de 40% no pré-mercado da Bolsa de Nova York, logo após o anúncio de que a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, por meio do chamado Chapter 11 — ferramenta que permite uma reestruturação com proteção contra credores.

Os papéis da Azul eram negociados a US$ 0,29 na manhã desta quarta-feira (28), refletindo a apreensão do mercado com a situação financeira da companhia

Em comunicado, a Azul explicou que deu início a um processo de reestruturação pré-acordada com seus principais credores e parceiros estratégicos, incluindo a AerCap (sua maior arrendadora), a United Airlines e a American Airlines. O plano prevê um financiamento de US$ 1,6 bilhão durante o processo, conhecido como financiamento DIP (debtor-in-possession).

“Os acordos visam transformar a estrutura de capital da Azul, por meio de redução significativa do endividamento e geração positiva de caixa”, disse a empresa.

Além disso, a aérea quer eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas e viabilizar novos aportes de capital que podem chegar a US$ 950 milhões. Parte desse valor viria por meio de uma oferta de ações de até US$ 650 milhões, já com garantia firme dos investidores envolvidos. Outros US$ 300 milhões podem ser injetados por United e American Airlines, desde que certas condições sejam atendidas.

A decisão de buscar proteção judicial ocorre em um momento em que o endividamento da Azul bateu R$ 31 bilhões no primeiro trimestre de 2025 — um salto de mais de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, investidores reagem à incerteza sobre os próximos capítulos dessa reviravolta nos céus da aviação brasileira.

*Com informações do InfoMoney