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Balões de ar quente fabricados no Brasil recebem certificação inédita da Anac

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Giulia Jardim

Publicado - 10/07/2025 - 11:30

Balao de ar quente em voo marca avanco historico na aviacao nacional com certificacao inedita da ANAC Webysther Nunes CC BY SA 4.0 via Wikimedia Commons Balões de ar quente fabricados no Brasil recebem certificação inédita da Anac
Balão de ar quente em voo marca avanço histórico na aviação nacional com certificação inédita da Anac (Webysther Nunes/Wikimedia Commons)

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) emitiu, pela primeira vez, um certificado de tipo para balões de ar quente tripulados fabricados no Brasil. A certificação foi concedida à empresa Rubic Balões no dia 7 de julho e será publicada oficialmente no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (10).

Com isso, cinco modelos da Rubic, com capacidade para até 13 pessoas, passam a integrar o grupo de aeronaves em conformidade com o Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) nº 31. A certificação atesta que os balões atendem a padrões internacionais de segurança e desempenho, o que os diferencia dos modelos de uso exclusivamente esportivo.

Avaliação técnica e produção nacional

O processo de certificação envolveu desde a análise dos projetos até a fabricação e testes de componentes como envelope, cesto e maçaricos. Também foram realizadas avaliações de montagem, instrumentação e pilotagem. A partir da aprovação, a Rubic Balões está autorizada a fabricar e comercializar os modelos, mas cada aeronave ainda precisa passar por inspeção individual da Anac para receber o Certificado de Aeronavegabilidade Padrão.

Caso a empresa opte por produção em série, será necessário obter a Certificação de Organização de Produção (COP), cujo processo já está em andamento.

Três anos de processo e apoio do programa Voo Simples

A certificação é resultado de um processo técnico que levou mais de 3 anos, iniciado em março de 2022. Com isso, o Brasil passa a integrar um seleto grupo de países que certificam balões tripulados, ao lado de Reino Unido, França, Espanha, República Tcheca e Turquia.

A iniciativa faz parte do programa Voo Simples, criado pela Anac em 2020 para desburocratizar e modernizar a aviação civil brasileira. Entre as mudanças viabilizadas pelo programa, destaca-se a redução da Taxa de Fiscalização da Aviação Civil (TFAC), que passou de cerca de R$ 900 mil para R$ 20 mil.

Atualmente, outros pedidos de certificação estão em análise na Anac, seguindo os mesmos padrões técnicos internacionais.