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Brasil deve ganhar duas novas companhias aéreas regionais até 2026, diz ministro de Portos e Aeroportos

Programa Voa Brasil leva o lazer ao idoso, fortalece o reencontro de famílias, além de promover a inclusão e estimular o turismo


Leilões no Porto de Santos e no Galeão também estão na agenda do ministério (Divulgação/Republicanos)

O transporte aéreo brasileiro deve ganhar reforço nos próximos meses com a entrada de duas novas empresas dedicadas a rotas regionais. A previsão foi feita pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Segundo ele, a expectativa é que os anúncios ocorram até janeiro de 2026.

Uma das novidades será a Total Linhas Aéreas, atualmente focada no transporte de cargas, que pretende estrear no segmento de passageiros. Já a segunda companhia, de capital 100% nacional, está em fase de estruturação e terá como foco exclusivo a aviação regional. “São empresários brasileiros que estão trabalhando para fazer esse investimento”, disse Costa Filho.

Incentivo à aviação regional

O ministro destacou que a criação do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), com R$ 4 bilhões disponíveis via BNDES, deve estimular a compra de aeronaves da Embraer, tanto por companhias brasileiras quanto estrangeiras. A medida busca ampliar a frota e abrir espaço para o modelo low cost no país.

De acordo com Costa Filho, a escassez de aviões é hoje o principal entrave para a chegada de novas empresas. Ele afirmou ainda que Gol, Latam e Azul já negociam a compra de 50 a 60 aeronaves da Embraer para fortalecer a malha regional.

O ministro também confirmou que está em discussão um projeto de criação de uma companhia aérea regional em parceria com governadores do Nordeste, nos moldes da portuguesa TAP ou da Aerolíneas Argentinas, mas ressaltou que a iniciativa ainda depende de viabilidade e governança.

Leilões no setor portuário e aeroportuário

Na área portuária, Costa Filho confirmou que o leilão do megaterminal de contêineres T10, no Porto de Santos (SP), será realizado na segunda quinzena de dezembro. O modelo da disputa está em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU), após recomendação da Antaq de limitar a participação de armadores já atuantes para evitar concentração de mercado.

“O objetivo é democratizar, mas sem prejudicar o porto. Se democratizar demais e depois houver problemas de competitividade, todos perdem”, afirmou o ministro.

Outro destaque é a repactuação do contrato de concessão do Aeroporto do Galeão (RJ), após o ingresso da Vinci como nova controladora. O governo espera concluir o acordo até novembro, com a assinatura prevista entre as operadoras até 30 de outubro.

Programas e investimentos

Entre os projetos em andamento, Costa Filho citou o Programa Ampliar, que prevê a requalificação de 19 aeroportos regionais com investimentos de quase R$ 2 bilhões, totalmente provenientes da iniciativa privada.

Sobre Congonhas (SP), que enfrenta saturação e problemas de segurança, o ministro lembrou os R$ 2,5 bilhões em investimentos já anunciados e disse que novas alternativas incluem o uso do aeroporto Catarina, a 70 km da capital, e a ampliação do terminal de Olímpia, no interior paulista, como opções para aliviar a demanda.

Expectativas para o setor

Costa Filho se mostrou otimista em relação ao futuro da aviação no país: “Tenho muita confiança de que a aviação brasileira vai se fortalecer nesses próximos anos. O FNAC é a primeira linha de crédito da história voltada para companhias aéreas, e isso vai estimular especialmente a aviação regional”, afirmou.

Com o Brasil continental e marcado por distâncias expressivas entre capitais e cidades do interior, o governo aposta que a entrada de novas empresas, aliada ao crédito para aquisição de aeronaves, pode finalmente reduzir as lacunas da malha aérea regional, sobretudo no Norte e Nordeste.

*Com informações da Folha de S. Paulo

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