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Aviação

Alta: “crescimento da aviação no Brasil passa pela regionalização”

Luis Felipe de Oliveira ALTA

Luis Felipe de Oliveira, CEO da Alta

O desenvolvimento e crescimento da aviação no Brasil passa pela regionalização. Isto é o que afirma Luis Felipe de Oliveira, CEO da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta), Segundo ele, a criação de novos hubs regionais atrairá mais passageiros, gerando demanda e a democratizando da aviação. “Isso já está acontecendo com a concessão dos aeroportos pelo País. Os aeroportos privados têm uma maior liberdade de buscar companhias e voos”, comentou.

Luis cita como exemplo os aeroportos de Brasília, que com a privatização conseguiu maior atratividade de voos; e o case de sucesso do hub do Nordeste da Air France-KLM, que em um ano registrou 1 milhão de passageiros a mais. Tem ainda casos em Recife, Florianópolis e Vitória que seguem o mesmo caminho de desenvolvimento.

“Temos que trabalhar para conquistar novos passageiros e não brigar pelos que já estão voando. Temos que chegar onde não chegamos hoje e trazer esses novos passageiros para os grandes centros, conectando eles regional, nacional e internacionalmente”, ressaltou.

De acordo com o CEO da Alta, a regionalização da aviação com a concessão dos aeroportos gera maior procura, tanto na demanda de passageiros como no interesse nas companhias aéreas, já que hoje o mercado de aviação doméstica está muito restrito ao eixo Rio-São Paulo. “Os estados estão se movimentando para conseguir melhorar o ambiente para atração de novas rotas, como o incentivo na redução do ICMS de combustível”, citou.

Para Oliveira, o maior problema da aviação são os altos custos atrelados ao ICMS – que representa 30% dos custos das companhias. “Este valor é de 5% a 7% maior que em outros países, e é aplicado para grandes companhias e também para as low-costs. O incentivo na redução do ICMS dos estados é um passo importante e um avanço, mas ainda é preciso discutir uma melhor adequação do preço do mercado e dos custos básicos. Políticas públicas de isenção e incentivo são prioritários para chegada de mais players no mercado”, disse.

Estudo de demanda da América Latina e Caribe

Rotas domésticas - junho 19

Maiores rotas domésticas da America Latina em junho (Reprodução/Alta)

De acordo com estudo feito pela Alta, as companhias aéreas da região transportaram em junho 24,7 milhões de passageiros, o que representou um aumento de 6,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Foram registrados no período 1.472.749 passageiros adicionais. O Brasil é chave na região, com 30% a 40% da movimentação, mas foi a Colômbia o grande destaque no estudo.

“O mercado da América Latina e Caribe tem mantido um crescimento constante nos últimos 16 anos, dobrando de tamanho. Mas a Colômbia foi o país que teve o maior crescimento na região, triplicando seu tamanho e com possibilidade de triplicar novamente nos próximos 10 anos. A melhora na infraestrutura, na segurança e uma forte campanha de atração são os principais motivos desse crescimento. O aumento da competitividade na aviação gera redução de custos e aumento na demanda, é cíclico”, explicou.

“No Brasil já há um movimento para a regionalização. Outro ponto positivo é que o país já vende serviços ancilares, como marcação de assento, bagagem e alimentação”

No Brasil já há um movimento para a regionalização, conforme já citado. Outro ponto positivo para o País, segundo Oliveira, é que o Brasil já vende serviços ancilares, como marcação de assento, bagagem e alimentação. “A abertura do mercado e a flexibilização ajudam a atração de novos players, reduzindo assim as tarifas e agregando valor aos serviços prestados”, disse.

Outras vantagens que o País já apresenta são as infraestruturas adequadas, ou em fase de adequação com as novas concessões; capilaridade com aeroportos de pequeno porte espalhados por todo o território; segurança operacional; e a discussão avançada sobre a participação do capital das estrangeiras. “Tudo isso junto gera um ciclo positivo”, declarou.

Saída da Avianca e chegada de novos players

Em relação a saída da Avianca do mercado, o CEO disse que embora tenha tido um efeito inicial de redução de oferta e queda no número dos passageiros, o próprio mercado já está se ajustando. “Não teremos no Brasil muitas companhias de grande porte atuando na aviação. Mesmo a chegada das low-costs não impactará o mercado doméstico. O Brasil já é competitivo e, como disse anteriormente, o crescimento virá por meio da regionalização. Exemplo disso é o caso de quatro empresas regionais Rima (RO), TwoFlex (SP), Asta (MT) e Abaeté (BA), que estão em processo de certificação para atuar em codeshare com outras empresas”, finalizou.

Alta Airline Leaders Forum

Entre 27 e 29 de outubro, Brasília (DF) sediará a 16ª edição do Alta Airlines Leaders Forum, evento que reúne os mais altos executivos da industria aérea, representantes de estado e autoridades da aviação civil, integrantes de associações e fornecedores do setor. O evento trará novidades do setor e a oportunidade de criar uma agenda positiva no Brasil e região.

“O Brasil é o maior mercado da aviação na América Latina e no Caribe, mostrando um crescimento sustentado, com potencial para impulsionar a recuperação econômica do país e vislumbrando oportunidades impressionantes nos próximos anos. Ainda há muitos desafios adiante, mas o panorama é positivo e se espera duplicar o tráfego de passageiros nos próximos 10 anos”, disse Oliveira.

Em 2018, o 15º Alta Airlines Leaders Forum ocorreu na Cidade do Panamá, com a participação de CEOs de 41 companhias aéreas, executivos C-level da indústria aérea, cinco ministros de Estado, 12 diretores da Aviação Civil e o Presidente da República do Panamá, Juan Carlos Varela.

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