* Leonardo Neves especial para o M&E.
A Azul inaugurou o voo entre Recife (REC) e Porto (OPO), em Portugal, nesta quarta-feira (4). Com duas frequências semanais (quartas e sextas-feiras), a rota é a 40ª operada pela companhia no Aeroporto dos Guararapes. Tanto o voo inaugural para Porto, com destino ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, quanto o sentido contrário para Recife (também com duas frequências às quintas-feiras e domingos) tiveram ocupação máxima. Todos os 259 assentos (14 na Classe Executiva e 245 na Econômica) do Boeing 767 da Azul estavam ocupados. O M&E também esteve a bordo.
A alta ocupação reforça o turismo aquecido entre Brasil e Portugal. Até abril de 2025, cerca de 100 mil portugueses visitaram destinos brasileiros, alta de 26% no comparativo de janeiro a abril de 2024, segundo dados da Embratur. No sentido contrário, cerca de 1,3 milhão de brasileiros visitaram Portugal no ano passado, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE).
O vice-presidente Comercial e de Negócios da Azul, Daniel Bicudo, destacou o impacto positivo dos voos ressaltando não só as oportunidades para transporte de passageiros, mas também de cargas, outro braço da companhia.
“Além do potencial no turismo, a região do Norte de Portugal é forte em indústria e serviços. Hoje mesmo vamos transportar de Recife para Porto cinco toneladas de frutas. Então nossas expectativas são altas, para o sucesso da rota e a consolidação de Recife como um importante hub da Azul”, disse Daniel Bicudo.
O trajeto reforça o terminal pernambucano como hub da aérea, que já transportou quase 800 mil passageiros, entre voos nacionais e internacionais, contabilizando apenas o período de janeiro a março deste ano. No ano passado, a Azul registrou mais de 29 mil decolagens a partir da capital pernambucana, somando 3,8 milhões de assentos ofertados.
A representante do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Alessandra Savoia, ressaltou a participação do destino na ILTM Latin America deste ano, onde já firmou parcerias para treinamentos com agências que fazem parte do Virtuoso. “O voo é uma Iniciativa sensacional por diminuir o tempo entre Brasil e Portugal, além de tornar possível a combinação de destinos para quem vem de outros estados, mesclando Recife com Porto. Estamos esperando essa rota a mais de um ano e ela vai favorecer demais o turismo na região”, afirmou Alessandra reforçando a realização dos treinamentos ao longo do segundo semestre.
A primeira decolagem de Recife acontece quase 13 meses após ser anunciada pela Azul e pelo Governo Pernambuco e cerca de 4 meses após o início das vendas das passagens.
Azul em momento atribulado
A operação inédita entre Recife e Porto inicia em um momento turbulento para a Azul. No fim de maio, a companhia deu entrada em um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, com o objetivo de renegociar e eliminar cerca de R$ 11 bilhões em dívidas. O processo permite empresas manterem as operações enquanto articulam um plano detalhado aos shareholders de pagamento aos credores.
Além disso, a Azul estipulou o fim de três rotas internacionais ao longo do segundo semestre de 2025: Manaus (AM) – Fort Lauderdale, na Flórida, Campinas (SP) – Assunção, no Paraguai, além da conexão Curaçao – Fort Lauderdale, rota que tem origem em Belo Horizonte (MG).
“As mudanças na malha já estavam programadas e são naturais para os negócios da companhia, pensadas antes mesmo do chapter 11. Elas visam a maximização e retorno de todos os nossos mercados e aqueles que não fazem mais sentido passaram por esse processo”, comentou Daniel Bicudo.
Em fevereiro, a companhia já havia anunciado o fim dos voos diretos entre Recife e Fort Lauderdale, em um movimento considerado “estratégico” para diminuir custos, operando menos voos durante o inverno brasileiro. Já a operação entre a capital pernambucana e Miami foi reduzida de três para duas vezes por semana.
* O M&E viaja com proteção GTA.
