As entidades que representam o setor aéreo divulgaram, nesta terça-feira (5), a Carta de Brasília que enumera as prioridades para a modernização da aviação comercial brasileira. O documento foi assinado durante o Airport National Meeting 2024 por representantes da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Aeroportos do Brasil (ABR), Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta), Junta dos Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (Jurcaib) e o Conselho Internacional de Aeroportos (ACI).
Dividido em três pilares – Acesso, Tributação e Sustentabilidade – o documento destaca a importância de promover ações que estimulem o desenvolvimento econômico do país a partir do modal aéreo.
Para a presidente da Abear, Jurema Monteiro, a assinatura da carta reflete a união do setor aéreo. “A Abear tem trabalhado constantemente para tornar o transporte aéreo cada vez mais democrático, com mais pessoas sendo transportadas em mais destinos. E esse trabalho só é possível com a parceria de todo o setor aéreo, dessas entidades que assinam o documento. Avançamos em diversos pontos no pós-pandemia, mas ainda temos temas importantes a confrontar, como o custo do combustível de aviação e a judicialização”, afirmou.
Segundo o presidente da ABR, Fábio Rogério Carvalho, a união dos setores público e privado é essencial para o desenvolvimento do setor. “Essa unidade nos possibilita cumprir as lições das políticas públicas para nos impulsionar a fazer o que precisa ser feito em nome da sociedade, sempre respeitando a segurança jurídica e a previsibilidade, para que a gente possa expandir os nossos horizontes”, disse.
Salas multissensoriais
O evento da ABR também marcou o lançamento do Programa de Acolhimento ao Passageiro com Transtorno do Espectro Autista, do Ministério de Portos e Aeroportos e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O programa prevê a instalação de 20 salas multissensoriais até o fim de 2026 nos aeroportos brasileiros. Os espaços oferecem estímulos visuais, táteis e auditivos que promovem relaxamento, concentração e bem-estar para os passageiros. O país já conta com quatro salas desse tipo nos aeroportos de Vitória (ES), Florianópolis (SC), Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ). Seis salas devem ser inauguradas em outros terminais até março de 2025.
Para o secretário de Aviação Civil, Tomé Franca, as salas são um marco na inclusão social. “Vamos implementar a análise e reavaliação de procedimentos humanizados, para que as pessoas que trabalham no setor possam estar mais preparadas, mais bem capacitadas para receber e para lidar com passageiros neurodivergentes”, pontuou.
“Esse gesto de hoje, com apoio da Abear e da ABR, simboliza muito bem o que a gente precisa no Brasil: um olhar para o bem-estar social”, afirmou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.