Mesmo com o aumento das tarifas de importação impostas pelos EUA ao Brasil, a Flexjet, uma das maiores empresas de aviação executiva do mundo, confirmou que manterá seu pedido de 182 jatos executivos da Embraer, com opção para mais 30 aeronaves.
O acordo, estimado em até US$ 7 bilhões, foi assinado em fevereiro e inclui principalmente modelos Praetor 500, Praetor 600 e Phenom 300E, com entregas previstas a partir de 2026.
As novas tarifas de importação, impulsionadas pela política econômica de Donald Trump, passam de 10% para 50% a partir de 1º de agosto. A medida levantou dúvidas sobre possíveis impactos nos contratos de exportação, mas a Flexjet tratou de afastar especulações.
“Com base nos meus 40 anos na indústria, esse público comprador tende a seguir com suas decisões, independentemente das circunstâncias”, afirmou Kenneth Ricci, chairman da empresa, em comunicado à imprensa.
Ricci reconheceu que os custos iniciais podem subir, mas acredita que parte desse impacto será absorvido pelos fabricantes. No médio prazo, no entanto, parte do valor pode acabar sendo repassado aos compradores.
Montagem parcial nos EUA pode amenizar impacto
Apesar das tarifas, a Embraer tem uma vantagem estratégica: parte da produção dos jatos é feita nos Estados Unidos. A linha Phenom é montada integralmente em Melbourne, na Flórida, e os modelos Praetor são montados tanto em Melbourne quanto em São José dos Campos (SP). As asas vêm de Portugal e as fuselagens do Brasil.
Essa distribuição ajuda a reduzir o impacto das tarifas, já que uma parcela significativa dos componentes e da montagem ocorre em território norte-americano.
Frota da Flexjet já inclui mais de 140 jatos Embraer
A Flexjet já opera uma frota considerável de aeronaves da fabricante brasileira. Nos Estados Unidos, são 143 jatos da Embraer em operação, incluindo 68 Praetor 500 e 61 modelos da linha Phenom. A subsidiária europeia também mantém unidades ativas em Malta e no Reino Unido.
A Embraer, por sua vez, ainda avalia os efeitos exatos da nova política tarifária. A companhia deve detalhar os impactos durante a divulgação dos resultados do segundo trimestre, marcada para 15 de agosto.
*Com informações de Aeroin
