Fórum ALTA: Brasil perdeu US$ 5 para cada passageiro transportado em 2018

Mauricio França, sócio da consultoria L.E.K (Eric Ribeiro/M&E)

BRASÍLIA – Qual é o real custo de voar no Brasil? Esta foi a questão apresentada e debatida num dos paíneis do Fórum ALTA Airline Leaders 2019, que acontece até esta terça-feira (29), em Brasília. O responsável por elucidar aos participantes o custo de voar no Brasil foi Mauricio França, sócio da consultoria L.E.K. Mauricio logo destacou que o mercado brasileiro perdeu US$ 5 para cada passageiro transportado em 2018.

Quem teria coragem portanto de investir no Brasil, já que a média global foi de US$ 6 de lucro no ano de 2018? “Hoje é impossível termos uma indústria pujante, que cresce e tem potencial, sem ter lucro. Este é o grande problema da aviação. Sobre o potencial do Brasil, se olharmos o histórico dos últimos cinco anos, já perdemos 10 bilhões de reais. A indústria de maneira global, por exemplo, em 2018, ganhou 6 dólares para cada passageiro transportado, enquanto no Brasil, o mercado perdeu cinco dólares por passageiro”, destacou o consultor.

“A indústria de maneira global, por exemplo, em 2018, ganhou 6 dólares para cada passageiro transportado, enquanto no Brasil, o mercado perdeu cinco dólares por passageiro”

Mauricio França afirmou que mudanças necessárias foram realizadas nos últimos anos, mas diz não saber se são suficientes. “O custo de voar no Brasil ainda é muito grande e não faz parte da rentabilidade das aéreas, porque elas mesmos não estão sendo rentáveis  E muitas mudanças do ambiente regulatório são importantes e necessárias para alcançar todo este potencial que a aviação comercial tem no País”, completou o consultor.

Há uma série desafios para mudar a situação, muitos já conhecidos, como a precificação do QAV. Para Mauricio, o grande problema é o monopólio da Petrobrás, além da Lei dos Aeronautas, que restringe o número de horas trabalhadas da tripulação, bem menor se comparado com outros países, criando consequências para voos nacionais, com maior custo, e para voos internacionais, os quais as brasileiras não conseguem disputar.

O M&E é media partner do Fórum ALTA Airline Leaders 2019 e viaja com apoio da Shift Mobilidade Corporativa e do Nobile Monumental Brasília