Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil, esclareceu em entrevista para o jornal O Globo, que o acordo de codeshare firmado com a Azul durante o período de recuperação judicial da Latam tinha objetivos específicos e não visava uma fusão entre as empresas. Além disso, segundo Cadier, o acordo não gerou o aumento de demanda esperado e, como Latam e Azul tinham visões diferentes sobre os próximos passos da parceria, o codeshare foi encerrado e a chance de uma fusão – que já era pequena – foi descartada.
O acordo permitia que passageiros comprassem passagens em um site – Azul, por exemplo – e voassem trechos com ambas as companhias, com transferência de bagagens e programas de fidelidade integrados. No entanto, o codeshare abrangia apenas algumas rotas, limitando o alcance da Latam.
“Você tem uma expectativa de quanta demanda adicional vai gerar, da experiência que o passageiro vai ter. E a gente viu que, no fundo, o aumento esperado de vendas não veio. Mas o codeshare era um primeiro passo. E ficou complicado discutir o segundo passo porque a gente tinha uma visão diferente de qual eventualmente seria esse segundo passo. Razão pela qual a gente acabou tomando a decisão de terminar o acordo. Não fazia mais sentido para Latam naquele momento. O mercado estava retomando, as vendas subindo e o nosso caminho de saída do Chapter 11 já estava ficando mais claro”, declarou o CEO para O Globo.
O CEO da Latam também mencionou que apesar da Azul demonstrar interesse, a Latam não considerava a ideia de iniciar uma fusão entre as duas empresas. “Embora a Azul tenha mencionado negociações de fusão, essa não era uma alternativa que considerávamos. Existem diferentes formas de combinar negócios, e o codeshare foi uma estratégia para enfrentar o cenário desafiador da pandemia, marcado por baixa demanda e poucas vendas, oferecendo uma malha mais atrativa“, acrescenta.
