Câmbio:

Idiomas:

Iata alerta Brasil a crescer sua competitividade aérea (veja fotos)

Foto de Editorial Mercado & Eventos

Editorial Mercado & Eventos

Publicado - 15/03/2011 - 11:23

.
.

A indústria aérea brasileira tem potencial para se tornar um grande player mundial. Para isso; o país precisa adotar mudanças em sua política internacional de aviação. Essa foi a principal mensagem deixada por Giovani Bisignani; diretor Geral e CEO da International Air Transport Association (Iata); nesta terça-feira (15/03) em palestra na Câmara de Comércio Britânica; em São Paulo. “O Brasil já é o quarto maior mercado doméstico do mundo no segmento da aviação. No entanto; ele está apenas em 37º lugar no âmbito internacional. Essa situação desproporcional só poderá ser alterada com a melhora da competitividade aérea”; afirmou Bisignani.

A Iata está disposta a atuar para contribuir para esse processo; atuando como consultora. De acordo com o CEO; o crescimento estável da economia e o do nível de confiança no Brasil devem ser utilizados para que mudanças estruturais e regulatórias sejam realizadas. “O modelo de controle os aeroportos no país; por exemplo é ineficaz. São Paulo; que responde por 25% do tráfego de passageiros do Brasil; trabalha com pouca capacidade. Sem transformações rápidas; o Brasil não conseguirá atingir o padrão de serviço estipulado pela Fifa para a Copa do Mundo e isso poderá destruir a credibilidade do país”; explicou Bisignani.

O CEO ressaltou que as concessões para administração dos aeroportos podem ser um caminho a ser seguido; mas acompanhadas de uma regulação transparente; independente e rigorosa. Ele cita como exemplo a Índia; que após definir um processo estratégico para a aviação ergueu um aeroporto com capacidade para 35 milhões de passageiros em 36 meses. “O tempo está passando e o Brasil precisa de um plano de investimento aprovado rapidamente. Acredito que o novo governo brasileiro está empenhado em mudar esse cenário e a criação da Secretaria de Aviação Civil significa uma boa oportunidade”; destacou Bisignani.

Entre as mudanças definidas pela Iata estão: a abolição da sobretaxa de 50% sobre as tarifas e da prática de preços mais altos em horários de pico; a redução da cobrança de impostos para as empresas aéreas internacionais e dos preços do combustível. Segundo Giovani Bisignani; embora tenha-se eliminado cerca de US$ 100 milhões em impostos de PIS/Cofins sobre os combustíveis em 2009; o valor práticado no Brasil é ainda 14% maior do verificado no restante da América Latina. “É preciso eficiência na gestão do tráfego aéreo e para isso os recursos devem ser aplicados corretamente”; declarou. Enquanto; globalmente o combustível representa 29% do custo operacional das companhias aéreas; no Brasil; este número sobe para 37%.

Paralelamente a essas medidas; o Brasil deve apoiar ações para redução de emissões de CO2. Apesar da indústria aérea ser responsável por apenas 2% de liberação de carbono na atmosfera; novas iniciativas; de acordo com o CEO da Iata; são bem vindas. Até 2020; o segmento de aviação está comprometido a melhorar a eficiência de consumo de combustível em 1;5%. “Esse índice chegará a 50% até 2050. Para isso ocorrer com sucesso no país a solução é o uso de biocombustível; atividade que já vem sendo feita por empresas brasileiras como a Tam”; declarou.

Dados mundiais – A Iata registrou no ano de 2010 uma receita de US$ 16 bilhões para as empresas aéreas associadas. O número é positivo; especialmente depois de uma perda de lucro de US$ 50 bilhões no ano anterior. Para este ano; a situação não deve prevalecer. O motivo: o impacto do preço do combústivel com as crises de governo no Oriente Médio. A estimativa é que essa receita gire em torno de US$ 8;6 bilhões. Quanto às políticas implantadas pela associação nos últimos anos – aumento na presença de pequenas companhias aéreas e a simplificação dos negócios – a Iata gerou uma economia de US$ 17 bilhões para a indústria. No período de 2004 a 2009; essa economia foi de US$ 50 bilhões.

Saída – Giovani Bisignani fez sua última visita ao Brasil como diretor geral e CEO da Iata. Após dez anos no cargo; o executivo deixa da entidade no mês de julho. Ele ficará sediado em Londres. Seu substituto será Tony Tyler; CEO da Cathay Pacific.

    

Filipe Reis, Patricio Sepúlveda, Giovani Bisignani e Carlos Ebner, da Iata