Para CEO da Latam Brasil, preço médio das passagens irá cair

Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil

Teve início nesta quinta-feira (14) o “Latam Experience – Conectando com o Futuro”, um evento digital e gratuito promovido pela Latam Brasil e que irá discutir os rumos e o futuro da aviação e do turismo. Serão sete painéis sobre temas relacionados ao futuro da aviação, universo de viagens, tendências de consumo, sustentabilidade e economia.

Participam dos debates Jerome Cadier (CEO da Latam Brasil), Diogo Elias (diretor de Vendas e Marketing da Latam Brasil), Andreas Schek (vice-presidente de Vendas e Branding do Grupo Latam Airlines), Juliana Rios (vice-presidente de TI e Digital da Latam Brasil), entre outros executivos da companhia.

A abertura foi comandada por Cadier, que fez um overview do mercado de aviação. O executivo relembrou todo o processo passado pela companhia desde o início da crise e o motivo das decisões tomadas. Agora, com praticamente 90% da malha doméstica reativada, ele destaca que algumas das mudanças introduzidas na indústria neste período vieram para ficar. Uma delas é a natureza do viajante, que será na sua maioria de lazer. Fato que impacta em diversos aspectos, especialmente no preço das passagens.

“É importante entender o que as decisões levaram em consideração. Não sabíamos como seria a aviação no futuro, mas sabíamos que algumas coisas iriam mudar de forma permanente”, revelou. “Algumas coisas vão mudar o perfil de viagens pra sempre. Como as reuniões que fazemos hoje de forma virtual. Foi uma mudança muito importante porque ao mudar perfil do viajante, muda o comportamento de compra e faz com que mais gente voe por motivo de turismo e menos por negócios”, complementou.

E qual o impacto disso? O CEO da Latam Brasil, explicou que o cliente que viaja a lazer não deixa a compra para a última hora e tem uma sensibilidade maior a preço. Desta forma, o valor médio dos bilhetes tende a mudar. “Com mais gente comprando com uma antecedência maior, o preço médio será mais baixo. É uma mudança para o futuro, mas que veio para ficar”, acredita.

CHAPTER 11

Jerome Cadier também utilizou a palestra para falar sobre a entrada da companhia Chapter 11, desmistificar o processo e mostrar como ao fim, ele será benéfico à companhia. Embora tenha diferenças marcantes, a grosso modo, o Chapter 11 é uma espécie de recuperação judicial nos Estados Unidos e, de acordo com o executivo, está permitindo que a Latam se reorganize e ganhe competitividade.

“O Chapter 11 não é um processo agradável, é duríssimo. Mas será fundamental para voltarmos a competir”, definiu Jerome.

“O Chapter 11 não é um processo agradável, é duríssimo. Mas será fundamental para voltarmos a competir”, definiu. “Precisávamos nos reestruturar olhando para o longo prazo. Renegociamos tudo para termos um custo operacional mais baixo. Entramos em contratos mais flexíveis com os parceiros. Um custo fixo mais baixo nos permite adaptar mais rápido as variações de mercado e fazer mudanças de oferta mais rapidamente”, adicionou.

Ele citou como exemplo a frota internacional da companhia, que era composta de Airbus A330 e A350, além de Boeings 767, 777 e 787 Dreamliner. Isso, segundo Cadier, trazia uma complexidade grande eum custo maior de operação, uma vez que para cada família de equipamentos era necessário uma tripulação diferente, rotina de manutenção e estoque de peças diferentes. Agora serão utilizados apenas os B777 e B787, que utilizam a mesma tecnologia e têm tripulações intercambiáveis.

Esta mudança, explicou o executivo, trará mais competitividade à Latam nas rotas de longo curso. Outro exemplo citado é que ao invés de arcar com os custos das aeronaves mensalmente, os cálculos agora são por quilômetro voado, ajudando também a diminuir os gastos fixos. “A Latam de dois anos atrás não conseguiria competir como competimos hoje. Os efeitos disso já podem ser sentidos agora”, garantiu.

LIDERANÇA E SUSTENTABILIDADE

Outro exemplo citado por Cadier em sua apresentação é que esta reestruturação permitiu ampliar a competitividade de modo que a companhia assumisse a liderança no doméstico. “Isso não estava nas nossas metas, mas essa eficiência fez com que conseguíssemos, mas a nossa orientação é ser sustentável a longo prazo”, alertou.

Os altos custos de operação impediam, segundo ele, a inclusão de voos para cidades secundárias, como Vitória da Conquista, na Bahia, usada por Cadier como exemplo. “Na medida em que conseguimos baixar os custos, conseguimos ser competitivos nestas rotas”, esclareceu, lembrando que em 2019, a Latam Brasil tinha 44 bases domésticas. A previsão é chegar a 56 no segundo semestre de 2022. “É mais do que a Latam jamais operou no Brasil”, complementou.

LATAM EXPERIENCE

O evento segue até amanhã com uma programação extensa, que inclui uma palestra do economista Ricardo Amorim e um painel com associações do setor.

14 de outubro (quinta-feira)

• 15h30 – Overview de mercado: o futuro da avaliação, com Jerome Cadier (CEO da Latam Brasil);
• 16h30 – Latam pelo mundo, com Diogo Elias (diretor de Vendas e Marketing da Latam Brasil) e Andreas Schek (vice-presidente de Vendas e Branding do Grupo Latam Airlines);
• 18h00 – O desafio ESG na aviação: jornada Latam até 2050, com Gislaine Rossetti (diretora de Relações Institucionais, Regulatório e Sustentabilidade da Latam Brasil) e Carolina Constantino (gerente de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade da Latam Brasil).

15 de outubro (sexta-feira)

• 10h00 – Tendências de mercado e customer experience, com Rafael Walker (diretor de Customer Care da Latam Brasil) e Juliana Rios (vice-presidente de TI e Digital da Latam Brasil);
• 11h00 – Panorama econômico do setor aéreo, com Jerome Cadier (CEO da Latam Brasil) e Ricardo Amorim (economista);
• 15h00 – Glória Maria pelo mundo, com Glória Maria (jornalista), Martin Holdschmidt (diretor da Latam Pass Brasil) e Fábio Vilela (Passageiro de Primeira);
• 17h30 – Novos destinos e turismo de retomada, com Diogo Elias (diretor de Vendas e Marketing da Latam Brasil) e representantes da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Abracorp (Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas), Air TKT (Associação Brasileira dos Consolidadores de Passagens Aéreas e Serviços de Viagens) e Alagev (Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas).