
O programa Voa Brasil comercializou 45 mil passagens aéreas em um ano, do total de 3 milhões prometidas pelo governo federal no lançamento da iniciativa, em julho de 2024. A taxa de conversão representa apenas 1,5% da oferta anunciada. Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, o número de reservas seria suficiente para lotar 344 aeronaves e movimentou 87 aeroportos em todos os estados do País.
Criado para ampliar o acesso de aposentados do INSS a viagens de avião, o Voa Brasil oferece bilhetes por até R$ 200 para quem não utilizou transporte aéreo nos 12 meses anteriores. A proposta é ocupar assentos ociosos em voos de baixa temporada, sem impacto no orçamento público.
O Ministério de Portos e Aeroportos informou que o programa continuará em funcionamento. Em nota à CNN, classificou a iniciativa como “acertada”, embora não tenha comentado os resultados abaixo do previsto. Tomé Franca, secretário de Aviação Civil e ministro em exercício, afirmou: “O programa dá oportunidade a este grupo de brasileiros de ter acesso ao transporte aéreo nacional e isso é muito positivo”.
Voa Brasil: destinos mais buscados
Segundo dados do ministério, as regiões Sudeste e Nordeste concentraram, respectivamente, 43% e 40% das reservas, seguidas pelo Centro-Oeste (8%), Sul (5%) e Norte (3%). Os trechos mais procurados ligam São Paulo a capitais nordestinas, como Recife, Salvador, Maceió, Fortaleza e João Pessoa.
A cidade de São Paulo liderou a demanda, com 12.771 passageiros. Em seguida, vieram Rio de Janeiro (3.673), Recife (3.509), Brasília (3.000), Fortaleza (2.843) e Salvador (2.601). Ao todo, foram utilizados 510 trechos diferentes, incluindo rotas de longa distância, como Porto Alegre/Recife, e curtas, como a Ponte Aérea Rio/São Paulo.
O Voa Brasil foi inicialmente anunciado em março de 2023, mas só começou a operar após mudanças no comando da pasta. O então ministro Márcio França deixou o cargo sem implementar o programa. A execução foi retomada sob a gestão de Silvio Costa Filho e lançada oficialmente em julho de 2024.
A estrutura do programa envolve um acordo entre o Executivo e companhias aéreas para disponibilização dos bilhetes com tarifa reduzida, sem subsídio direto. O foco permanece em passageiros aposentados que não viajaram de avião no último ano, sem exigência de comprovação de renda.