O Nepal, destino conhecido por sua riqueza cultural e pelas montanhas do Himalaia, viveu nesta terça-feira (9) um dos momentos mais críticos de sua história recente. O espaço aéreo do país foi fechado e todos os voos domésticos e internacionais foram suspensos no Aeroporto Internacional Tribhuvan, em Katmandu, principal porta de entrada para turistas de todo o mundo.
Segundo autoridades locais, as operações foram interrompidas às 12h45 após a densa fumaça provocada por pneus incendiados nos arredores do aeroporto, em Koteshwar. Além disso, grandes protestos na capital comprometeram a segurança das operações aéreas. Aviões que se aproximavam da cidade foram impedidos de pousar devido à baixa visibilidade, precisaram realizar órbitas no espaço aéreo e, em muitos casos, foram desviados para outros países.
A escalada política ganhou força com a renúncia do primeiro-ministro KP Sharma Oli, pressionado por manifestações anticorrupção. Os protestos desafiaram um toque de recolher e levaram a confrontos violentos. Apenas na segunda-feira (8), 19 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas após forças de segurança utilizarem gás lacrimogêneo e balas de borracha contra manifestantes que tentavam invadir o parlamento, conforme reportou a Folha de São Paulo.
O estopim das manifestações foi a proibição temporária de uma rede social, mas o movimento cresceu com denúncias de corrupção e problemas econômicos. Durante os atos, manifestantes incendiaram pneus, bloquearam rodovias, lançaram pedras contra tropas de choque e até incendiaram residências de políticos. Vídeos feitos por moradores mostraram a intensidade dos confrontos em ruas estreitas de Katmandu.
A instabilidade coloca o país do Himalaia em um cenário de forte incerteza política. Desde a abolição da monarquia em 2008, o Nepal tem enfrentado crises institucionais recorrentes. Agora, a combinação entre turbulência econômica, protestos em larga escala e o colapso temporário do sistema aéreo impacta diretamente o setor de turismo, um dos pilares da economia local. Para viajantes, a recomendação é acompanhar atualizações de companhias aéreas e autoridades antes de planejar deslocamentos.
