Ryanair deve demitir até 900 pilotos e tripulantes

Ryanair pode demitir até 900 funcinários.

Efeito Brexit, aumento de combustível e o atraso na entrega das aeronaves Boeing 737 MAX devem impactar o quadro de funcionários da Ryanair. A gigante das low-cost confirmou nesta quinta-feira (1º) que pode demitir até 500 pilotos e 400 tripulantes de cabine. Em julho a empresa já havia anunciado a possibilidade de demissões de ao menos 300 pilotos, além do fechamento de bases justamente pela paralisação do MAX.

Em vídeo enviado aos funcionários, o CEO da Ryanair, Michael O’Leary, apresentou planos de restruturação e pediu desculpas pelo que chamou de “má notícia”. O executivo destacou que os cortes são inevitáveis. Atualmente a aérea conta com cerca de 19 mil funcionários.

O resultado operacional da low-cost, apresentado na última segunda-feira (29), mostrou um queda de 21% nos lucros do primeiro trimestre do ano fiscal, decorrente da redução de rotas e aumento no custo de pessoal após os altos aumentos salários negociados pelo sindicato dos pilotos em 2018.

Michael O’Leary, CEO da Ryanair

O comunicado sobre as demissões vem apenas duas semanas após o anúncio de que atrasos na entrega do MAX reduziriam de 58 para 30 o número de novas aeronaves da companhia até o verão europeu de 2020. Outro ponto de preocupação da companhia é a possibilidade de uma saída da União Europeia sem acordo em 31 de outubro, o chamado “Hard Brexit”.

“Estamos preocupados que Hard Brexit tenha um efeito muito prejudicial, particularmente em nossas bases no Reino Unido e algumas na Irlanda, que dependem muito do tráfego de passageiros entre a Irlanda e Reino Unido”, completa o CEO. O vídeo não especifica o número exato de trabalhadores que poderiam perder o emprego, mas destacou que as demissões podem acontecer após a temporada de verão e Natal.