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Terceira interrupção em dois meses: operação da PM paralisa decolagens no Aeroporto de Guarulhos

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Giulia Jardim

Publicado - 08/07/2025 - 10:39

Operacao da PM suspende decolagens no Aeroporto Internacional de SP em Guarulhos Arquivo Pessoal C Terceira interrupção em dois meses: operação da PM paralisa decolagens no Aeroporto de Guarulhos
Operação da PM suspende decolagens no Aeroporto Internacional de SP, em Guarulhos (Reprodução/Caleb Fonseca)

Em pouco mais de dois meses, o Aeroporto de Guarulhos soma três interrupções operacionais causadas por fatores externos. A mais recente aconteceu na noite de segunda-feira (7), quando uma operação da Polícia Militar levou à suspensão temporária das decolagens por cerca de 15 minutos.

A operação, que contou com o apoio do helicóptero Águia, foi deflagrada após denúncias sobre um suposto “tribunal do crime” em uma comunidade vizinha. De acordo com a PM, três suspeitos reagiram à abordagem com tiros. Um deles foi baleado e morreu; os outros conseguiram fugir. Um homem foi encontrado morto e amarrado no local, e uma arma foi apreendida.

Por medida de segurança, a operação aérea foi coordenada com a torre de controle do aeroporto.

Apesar do impacto momentâneo, essa foi a terceira interrupção operacional em pouco mais de um mês por motivos externos ao sistema aeroportuário. Em junho, dois incidentes com drones causaram paralisações ainda mais longas: uma de 46 minutos, outra de quase uma hora. Ao todo, ao menos 76 voos foram afetados apenas nesses dois episódios. As investigações apontam possível uso dos drones por quadrilhas ligadas ao tráfico internacional de drogas.

Sinal de alerta para o setor

O acúmulo de ocorrências chama a atenção de todo o ecossistema do turismo e da aviação, especialmente em um hub estratégico como Guarulhos, que concentra a maior malha internacional do país, conexões de negócios, feiras, eventos e viagens de lazer.

Mesmo interrupções pontuais geram efeitos em cadeia: atrasos, reacomodação de passageiros, perdas de conexão e prejuízos operacionais para companhias aéreas. Para o passageiro, o impacto pode ser direto. Para o mercado, é um alerta sobre os riscos que rondam a segurança do entorno e a necessidade de políticas integradas.

Além de reforço policial, especialistas afirmam que o avanço de tecnologias de vigilância, radares antidrone e atuação preventiva nos arredores do aeroporto serão fundamentais para reduzir o risco de novas paralisações.

O que diz o aeroporto?

Procurada pelo M&E, a GRU Airport confirmou que a ação foi exclusivamente da Polícia Militar, nas comunidades conhecidas como Malvinas e Morro Portugal, e que as decolagens foram suspensas por apenas 15 minutos. Segundo a concessionária, o episódio “não interferiu na operação do aeroporto”.