A venda parcial da ITA Airways para a Lufthansa enfrenta um impasse devido a um pedido de desconto de €10 milhões pela aérea alemã. A compra de 41% das ações da transportadora aérea nacional da Itália em um acordo de €325 milhões, com aprovação dos reguladores da concorrência da União Europeia, enfrenta agora uma pausa inesperada pelo impasse financeiro.
Embora o acordo estivesse prestes a ser concluído com a troca de documentos marcada para segunda-feira (4) passada, a objeção da Lufthansa quanto ao preço de compra atrasou a venda.
De acordo com fontes do jornal italiano Corriere Della Sera, a Lufthansa planeja aplicar uma cláusula contratual que ajusta o preço de compra com base no valor atual da companhia aérea.
Para ratificar este valor, a Lufthansa pretende utilizar as projeções financeiras da ITA para o quarto trimestre, que tradicionalmente inclui os meses de inverno mais lentos para a aviação. Essa abordagem contábil, que visa uma poupança de €10 milhões, ameaça todo o negócio.
Em maio de 2023, após um processo competitivo envolvendo outras aéreas como Delta e Air France, a Lufthansa firmou acordo com o governo italiano para comprar uma participação na ITA Airways. No entanto, a autorização da aquisição só veio da Comissão Europeia em julho, condicionada a algumas concessões, incluindo a liberação de alguns slots pela Lufthansa.
A urgência na intervenção da Lufthansa se deve à perspectiva incerta do futuro da ITA Airways sem um parceiro estratégico. A empresa, sucessora da Alitalia desde outubro de 2021, foi criada como parte de um acordo com a UE para zerarr as dívidas da antecessora, tomando suas aeronaves e muitos de seus funcionários.
A Lufthansa defende que sua posição está alinhada com o acordo estabelecido, mas a insistência no ajuste, apesar de um valor pequeno relativamente ao montante total, trouxe dificuldade ao caminho para a formalização.