
A capital catalã decidiu dar um basta na superlotação causada por cruzeiros. Como parte de um plano para reduzir os efeitos negativos do turismo de massa, a Prefeitura de Barcelona confirmou o fechamento de dois dos sete terminais do maior porto de cruzeiros da Europa até 2026. A medida busca aliviar a pressão sobre o centro histórico e repensar a forma como os visitantes circulam pela cidade.
A decisão foi firmada em acordo com a Autoridade Portuária e prevê ainda uma reestruturação completa da operação: além da redução de terminais, os navios passarão a se conectar à rede elétrica local quando atracados, diminuindo a emissão de poluentes. A modernização inclui também estudos de mobilidade para mapear os trajetos mais usados pelos turistas e reorganizar o fluxo, principalmente nos horários de pico.
Com cerca de 1,6 milhão de passageiros em trânsito apenas em 2024, os cruzeiros têm sido apontados como um dos principais vetores do turismo predatório. A maioria dos viajantes desembarca pela manhã, percorre La Rambla e o Bairro Gótico e retorna ao navio no fim do dia, sem deixar grandes benefícios para a economia local, mas impactando diretamente o transporte, os preços e o cotidiano dos moradores.
Tensão nas ruas
O descontentamento da população tem crescido. Protestos se tornaram frequentes e, no ano passado, milhares foram às ruas com cartazes e pistolas d’água para exigir limites mais rígidos ao turismo em massa.
Entre as respostas da prefeitura, está a criação de uma praça exclusiva para selfies em frente à Sagrada Família, tentativa de organizar o caos de pedestres e aliviar o entorno de um dos monumentos mais visitados do mundo.
Em outra tentativa de reposicionar a imagem da cidade, a campanha “Visit Barcelona” foi substituída por “This is Barcelona”, reforçando a ideia de um turismo mais responsável e equilibrado.