Turismo sombrio: estilo de viagem excêntrico cresce no mundo e deve movimentar U$ 43,5 bilhões até 2031

Geração Z é responsável por grande parte deste estilo de turismo (Pixabay/Tama)

O turismo sombrio não é uma prática nova, mas vem ganhando notoriedade nos últimos tempos. Esse estilo de viagem envolve a escolha por destinos que foram palco de grandes tragédias e desastres, e até mesmo por serem considerados perigosos. Além disso, esses locais atraem entusiastas que buscam aprender ainda mais sobre suas respectivas histórias.

Acredita-se que esse fascínio por lugares um tanto peculiares tenha começado há muito tempo. Por volta de 264 aC, centenas de pessoas viajavam para assistir a lutas de gladiadores no Coliseu de Roma, assim como em 79 dC, Pompéia se tornou um destino turístico após a erupção vulcânica mortal. Já no século XVI, em Londres, multidões se reuniam para assistir à prática de enforcamento de condenados em praça pública. E no XIX, um necrotério francês, considerado como o “único teatro gratuito de Paris” e também conhecido como La Morgue, inicialmente aberto ao público na intenção de ajudar a identificar corpos recolhidos das ruas ou do Rio Sena, passou a atrair turistas do mundo todo, se transformando no próprio museu da morte.

ALGUNS LOCAIS VISITADOS POR TURISTAS EM BUSCA DO SOMBRIO

• Zona de Chernobyl (Ucrânia)
• Cemitério de Sucre (Bolívia)
• The Poison Garden (Inglaterra)
• Paneriai Massacre Site (Lituânia)
• Igreja de São Nicholas (Alemanha)
• Comuna 13 (Colômbia)
• Gulag Labour Camps (Cazaquistão)
• Vulcão Monte Vesúvio (Itália)
• Mary King’s Close (Reino Unido) 
• Abandoned Ghost Palace (Indonesia)
• Campo de Concentração de Auschwitz (Polônia)
• Day of the Dead (México) 
• Red Terror Martyrs’ Museum (Etiópia)
• Constitution Hill (África do Sul)
• Shanghai Tunnels (Estados Unidos)
• Brno Ossuary (República Tcheca)
• Memorial Nyamata (Ruanda)
• Hiroshima e Nagasaki (Japão)
• Killing Fields (Camboja)
• Chelsea Hotel (Estados Unidos)
• Memorial de 11 de setembro (Estados Unidos)

Vale ressaltar que a divulgação de determinados locais em programas televisivos tem grande participação no aumento de visitantes. Como exemplo, Medellín, cidade natal de Pablo Escobar, após o sucesso de Narcos, da Netflix.

ASCENSÃO DO TURISMO SOMBRIO

Uma pesquisa publicada no Digital Journal apontou que o valor global deste mercado deve chegar a quase R$ 264 bilhões (US$ 43,5 bilhões) até 2031, e destacou que o perfil que mais contribui pela procura do turismo sombrio é o da Geração Z. Só em 2022, por exemplo, esse público correspondeu a 91% deste estilo de viagem, como consta no Travel News.

Aliás, nessa mesma pesquisa, 52% dos entrevistados disseram valorizar o aspecto educacional de visitar destinos macabros ou sombrios e que 48% afirmaram visitar locais de tragédia para homenagear as vítimas.

Acompanhando esse cenário sombrio em crescimento, os turistas devem ter a consciência de que os locais não foram criados para entreter, eles se tornaram devido aos acontecimentos trágicos. Por isso, há a necessidade de respeitar a memória desses destinos.