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Destinos / Política

Iguassu Aguas Grandes: conheça o projeto que quer revolucionar o turismo na tríplice fronteira

Nilson Racagnin da Tecton Iguassu Aguas Grandes: conheça o projeto que quer revolucionar o turismo na tríplice fronteira

Nilso Rafagnin, arquiteto urbanista e diretor da Rafagnin & Damen LTDA, é um dos idealizadores do projeto (Eric Ribeiro/M&E)

Imagina sair de Foz do Iguaçu e atravessar a fronteira com direção ao Paraguai ou até mesmo à Argentina de teleférico? Ou quem sabe pegar o carro e dirigir num rodoanel tecnológico e sustentável ligando os três países? Ou, por que não, ir de bicicleta ou até mesmo de esteira rolante de um país para o outro através das três pontes existentes? E se talvez houvesse um verdadeiro polo turístico trinacional na fronteira, com direito a shopping, hotéis, resorts e atrativos turísticos?

Parece utopia, não é? Mas pode se tornar uma realidade. Para isso depende exclusivamente da vontade do poder político dos três países e de investidores que apostem nesta empreitada. O projeto em si já está lançado e vem de um sonho que surgiu lá em 1988, de autoria de Nilso Rafagnin e Mariam Damen. É o Projeto de Iguassu Aguas Grandes, que quer justamente tornar realidade tudo que foi cogitado no começo deste texto.

“Uma vez aprovado pelas autoridades competentes, em cinco anos conseguimos entregar todo este projeto, que englobaria hotéis, resorts, 750 empresas e 6 mil empregos formais diretos. O custo total seria de US$ 4,2 bilhões, com retorno dos investimentos em sete anos”

O valor do investimento chega a US$ 4,2 bilhões e o tempo de construção seria de cerca de cinco anos. Já o retorno deste mesmo investimento seria rápido, em torno de sete anos. O projeto foi apresentado por Nilso Rafagnin ao M&E durante o Festival das Cataratas 2024, que aconteceu na semana passada, em Foz do Iguaçu. A ideia é estabelecer o Parque Turístico Trinacional com um caráter turístico, cultural e de lazer integrado justamente na confluência dos Rios Iguaçu e Paraná.

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O valor do investimento chega a US$ 4,2 bilhões e o tempo de construção demoraria cerca de cinco anos (Reprodução/Iguassu Aguas Grandes)

O que falta para esse projeto sair do papel é justamente a vontade política. “Entregamos o projeto para os atuais ministros do Brasil e do Paraguai. Está tudo formalizado, mas depende de vontade política. Uma vez aprovado pelas autoridades competentes, em cinco anos conseguimos entregar todo este projeto, que englobaria hotéis, resorts, 750 empresas e 6 mil empregos formais diretos. O custo total seria de US$ 4,2 bilhões, com retorno dos investimentos em sete anos”, disse Nilso.

O projeto, já “Declarado de Interesse Nacional” pelo Paraguai e “Aprovado pelo Parlamento do Mercosul”, se enquadra nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2030. Atende ainda às diretrizes da ONU Turismo, utilizando a estratégia de Turismo Multidestinos para a integração regional, e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para um trabalho digno e produtivo.

O projeto

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Projeto contempla um teleférico que conectaria os três países na região dos três marcos das fronteiras (Reprodução/Iguassu Aguas Grandes)

O empreendimento trinacional proposto incluiria três parques urbanos, um em cada país. Mas não é só isso. O Projeto Iguassu Aguas Grandes ofereceria a máxima mobilidade e conectividade, inovação e sustentabilidade, além de oportunidades e experiências para a população local e seus visitantes. Isso faria com que a capacidade de carga atual do Polo Turístico Trinacional fosse 400% maior do que o atual, gerando mais de 25 mil novos postos de trabalho.

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Nilso Rafagnin entregou uma cópia da correspondência enviada ao Ministro de Turismo Brasileiro, Celso Sabino, no Dia Mundial do Meio Ambiente (Divulgação)

O projeto duplicaria o tempo de permanência atual dos visitantes e aumentaria significativamente a arrecadação de impostos e o ingresso de divisas nos três países. “Queremos uma semana inteira de turistas presentes na região, que terá espaços para grandes feiras, ativações culturais, teatro, cinema e uma mini Las Vegas para sustentar estes novos parques nacionais. Seria um novo produto turístico assim como é hoje o Parque das Cataratas, presente nos três países”, disse Nilso.

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Nilso entregou sua proposta em mãos para a Ministra de Turismo da República do Paraguai, Angie Melillo (Divulgação)

TELEFÉRICO DE PASSAGEIROS – O projeto contempla um teleférico que conectaria os três países na região dos três marcos das fronteiras. O Parque Turístico Trinacional criaria uma nova dinâmica, ressignificando o turismo e a integração regional, uma vez que iria harmonizar o referido parque com a Nova Ponte da Integração, entre Brasil e Paraguai, criando assim um Mercosul muito mais sustentável.

ANEL VIÁRIO – O projeto também contempla a construção de um Anel Viário Metropolitano Trinacional que conectará os três grandes aeroportos internacionais existentes na região, gerando um ordenamento territorial e ambiental. O anel compreenderia vias férreas, rodovias e novos serviços de energia e fibra ótica, permitindo assim a máxima mobilidade e conectividade de toda a região da Tríplice Fronteira. O Projeto contempla no entorno do Anel um Corredor Verde de Biodiversidade e para Agroecologia e Agrofloresta para a Agricultura Familiar.

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Projeto do Circuito Cicloviário Trinacional (Divulgação/Iguassu Aguas Grandes)

CIRCUITO CICLOVIÁRIO – O projeto também quer resolver a crítica situação cotidiana de mobilidade e conectividade regional, especialmente nas férias e feriados prolongados. Para isso, tem em mente um Circuito Cicloviário Trinacional dentro de um modelo de Parques Lineares e Vias Calmas, através de uma aliança público-privada entre empresas argentinas, brasileiras e paraguaias. A solução é criar canaletas exclusivas para transporte público de trens e ônibus elétricos ou à gás, isso sem falar dos dutos exclusivos que seriam implementados para pedestres e ciclistas, incluindo esteiras rolantes e ar condicionado.

TRÊS CATARATAS CONECTADAS – A mobilidade urbana também incluiria a conexão das três cataratas: as Cataratas do Iguaçu, no Brasil, as Cataratas do Iguazú, na Argentina, e as Cataratas do Rio Monday, no Paraguai. O projeto tende a unir ainda os dois centros de visitação de Itaipu, bem como as praias de Itaipu em Hernadárias, no Paraguai, com a Prainha, em Foz do Iguaçu.

Valores estimativos dos investimentos

  • Parque Turístico Trinacional: US$ 900 milhões
  • Anel Logístico Trinacional: US$ 1 bilhão
  • Novo Parque Nacional Paraguaio: US$ 1 bilhão
  • Circuito Cicloviário Trinacional: US$ 300 milhões
  • Avendias Beira-Rio (anéis viários nacionais) entre Argentina, Brasil e Paraguai: US$ 1 bilhão
  • Valor total do investimento: US$ 4,2 bilhões
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