O secretário extraordinário para Assuntos da Copa 2014 na Bahia, Ney Campello, falou em entrevista ao Bahia Notícias sobre o financiamento para a obra da Arena Fonte Nova, que, de acordo com ele, está totalmente legalizada. “A legalidade da modelagem de PPP foi reconhecida pelo TCU e o BNDES já liberou os primeiros 20%”, contou Campello, acrescentando que o clube do Bahia já concordou em jogar na Arena, mas o Vitória ainda não se pronunciou, o que pode ser prejudicial para a viabilidade financeira da Arena e até mesmo para o próprio clube. “Isso não é bom para o Vitória. Primeiro, porque vai consolidar a Arena Fonte Nova como do Bahia. Segundo, porque após sua construção, a arena vai promover uma enorme atratividade no retorno de parcelas importantes do público que não costumavam frequentar o estádio, sobretudo as famílias. Porque qual é o problema hoje? Segurança e conforto, essencialmente. Então essas pessoas que não vão ao estádio hoje, vão passar a ir”, declarou.
Quando perguntado sobre o estádio do Barradão, o secretário afirmou que o local possui grande dificuldade em relação ao transporte e à circulação. “Apesar de também ser um bom estádio, não vai oferecer as mesmas condições de conforto e segurança que a Arena Fonte Nova. Sob esse ponto de vista, eu acho que é interessante para o Vitória, inclusive pela questão econômica. Agora, é claro que eu respeito também a decisão da direção do clube”.
Existe um debate hoje em dia sobre a questão da elitização dos estádios, já que os ingressos estão cada vez mais caros. Sendo assim, é natural que a nova Arena, que tem um custo elevado de construção e será luxuosa, cobre um valor alto pelas entradas. Entretanto, Campello afirmou que isso não acontecerá no local. “Não adianta cobrar um ingresso de R$ 50 e colocar cinco mil pessoas no estádio. É muito melhor cobrar um ingresso de R$ 20 e botar 50 mil pessoas. Se você faz um barateamento do ingresso, isso resulta em uma maior ocupação da praça. A segmentação vai fazer com que a Arena tenha camarotes com preços superiores, vendidos inclusive por temporada para empresas. É um mix de tíquetes diferenciados que permitirá a venda de ingressos populares. Não pode ser diferente disso, senão seria um tiro no pé, pois o efeito será uma menor ocupação e, naturalmente, uma menor receita”.
O secretário falou também sobre o fato de São Paulo ser a cidade escolhida para realizar a abertura da Copa 2014. “Tenho esperança de que a Fifa repense isso. É óbvio que o lobby paulista é muito forte, há um conjunto de manifestações que indicam que São Paulo é um fortíssimo candidato. Em nenhum momento nós nos colocamos de maneira arrogante de que só poderia ser na Bahia porque é claro que quando você entra em uma disputa você pode ganhar ou perder. Mas essa é uma decisão da Fifa e nós temos que esperar”, declarou, ressaltando que na Copa de 2006, ocorrida na Alemanha, a abertura do campeonato seria no estádio Allianz Arena, em Munique, tendo sido transferida seis meses antes para Berlim.