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Corte no orçamento do Brand USA exige “recalibração significativa” das operações, afirma CEO

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Giulia Jardim

Publicado - 04/07/2025 - 10:10

Brand USA CEO Fred Dixon at the IPW conference in Chicago June 2025. Brand USA Corte no orçamento do Brand USA exige “recalibração significativa” das operações, afirma CEO
Fred Dixon, CEO do Brand USA, durante a conferência IPW em Chicago, junho de 2025 (Reprodução/Brand USA)

O recente corte de US$ 80 milhões no financiamento do Brand USA, aprovado pela Câmara dos Deputados dos Estados Unidos na quinta-feira, vai exigir uma “recalibração significativa” dos recursos e programas da entidade, segundo afirmou o CEO Fred Dixon em comunicado oficial.

O Brand USA, parceria público-privada responsável pela promoção do turismo internacional nos EUA, contava com o apoio da Casa Branca para manter os US$ 100 milhões habituais em fundos federais de contrapartida. No entanto, o projeto de lei orçamentária aprovado reduziu esse valor para apenas US$ 20 milhões.

“Embora estejamos desapontados com a redução de US$ 100 milhões para US$ 20 milhões nos fundos federais, o Brand USA permanece comprometido com sua missão e espera oportunidades futuras para a restauração do financiamento”, declarou Dixon.

A expectativa é de que o valor possa ser restaurado no processo de aprovação do orçamento fiscal de 2026, previsto para o segundo semestre deste ano. “Continuamos totalmente engajados e em diálogo profundo com todos os níveis da administração”, afirmou o executivo, ressaltando a confiança no pedido do presidente para a plena recomposição dos fundos no próximo exercício fiscal.

A redução abrupta representa um desafio para a campanha de marketing “America the Beautiful”, programada para lançamento em agosto, e pode acarretar cortes em pessoal e outras áreas. O impacto é agravado pelo fato de o Brand USA não receber fundos federais desde janeiro, um período atípico comparado a mudanças anteriores nas administrações presidenciais.

No relatório fiscal de 2024, o Brand USA informou ter arrecadado US$ 68,5 milhões em contribuições de parceiros, US$ 63 milhões em contribuições indiretas e US$ 119,3 milhões provenientes do Fundo de Promoção do Turismo. Os fundos federais, tradicionalmente iguais ao montante de contribuições não federais, são oriundos das taxas do Sistema Eletrônico de Autorização de Viagem (ESTA), pagas por visitantes internacionais.

A Associação de Viagens dos EUA (US Travel) reconheceu os avanços do pacote orçamentário, que destina recursos importantes para modernização da infraestrutura aeroportuária e reforço na segurança, como os US$ 12,5 bilhões para o controle de tráfego aéreo e os US$ 4,1 bilhões para contratação de agentes da Alfândega. No entanto, a entidade expressou preocupação com o corte significativo no financiamento do Brand USA e com a imposição de novas taxas para visitantes estrangeiros.

Outros setores ligados ao turismo e tecnologia também criticaram o corte. A CEO da Travel Technology Association, Laura Chadwick, destacou que a redução é inoportuna diante dos grandes eventos internacionais previstos para 2026 e 2028, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.