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Senado dos EUA aprova corte drástico no orçamento da Brand USA em meio a crise fiscal

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Janaina Brito

Publicado - 01/07/2025 - 21:23

Fred Dixon, CEO do Brand USA em discurso na abertura do IPW
Orçamento pode diminuir em até 5 vezes, comprometendo a atuação da entidade (Divulgação/Brand USA)

O Senado dos Estados Unidos aprovou, nesta terça-feira (1º), um polêmico projeto de orçamento que prevê uma redução drástica no financiamento federal destinado à Brand USA, entidade responsável por promover o turismo do país no exterior. A proposta, de autoria do Partido Republicano, reduz os fundos de contrapartida da organização de US$ 100 milhões para apenas US$ 20 milhões anuais. O projeto segue agora para votação na Câmara dos Representantes, onde encontra um cenário ainda incerto.

A medida ocorre em meio ao aumento do déficit orçamentário do governo federal, que tem pressionado congressistas a revisarem diversas fontes de financiamento. Com a decisão do Senado, a Brand USA enfrenta agora duas crises simultâneas: além da possível aprovação do corte, a organização não recebe os repasses federais desde janeiro deste ano, conforme revelou uma fonte próxima à U.S. Travel Association e à própria Brand USA.

Apesar das dificuldades, a Brand USA mantém planos para lançar em agosto sua nova campanha de marketing global, intitulada America the Beautiful, voltada à promoção turística do país e apresentada durante o IPW 2025, em Chicago. No entanto, o escopo da ação pode ser reduzido, dependendo dos recursos disponíveis. “Teríamos que dimensionar a organização de acordo com o orçamento que tivermos. É isso que teríamos de fazer: adaptar nossa estrutura à realidade de financiamento”, afirmou Fred Dixon, CEO da Brand USA.

O corte foi aprovado por margem mínima no Senado. Com empate entre os votos favoráveis e contrários (50 a 50), coube ao vice-presidente JD Vance o voto de desempate, encerrando a votação em 51 a 50. A proposta é parte do pacote orçamentário batizado de One Big Beautiful Bill Act, apresentado originalmente com o orçamento completo da Brand USA. No entanto, a Comissão de Comércio, Ciência e Transporte do Senado propôs o corte como forma de ajuste durante o processo de reconciliação fiscal.

Desde sua criação, em 2009, a Brand USA é financiada por meio de uma combinação de doações do setor privado e recursos públicos, sendo que estes últimos vêm de uma parte da taxa cobrada no processo de autorização eletrônica de viagem (ESTA), US$ 17 de cada taxa paga por viajantes internacionais são repassados à entidade. O texto atual da proposta não deixa claro para onde seriam redirecionados esses valores com o novo corte.

Enquanto isso, a Brand USA segue com os preparativos para suas ações promocionais, ainda que em um cenário de incertezas sobre o futuro do seu orçamento e da própria atuação institucional.

*Com informações do Skift e TravelPulse