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Destinos

Jogos Olímpicos: conheça o legado de algumas cidades-sede

Camila Oliveira e Giovana Alves

Cidades que sediaram as Olimpíadas ganharam e perderam com projetos para os Jogos. O plano para a Rio 2016 englobou 27 propostas de construções e reformas, mas resta saber o que a população realmente terá a seu favor quando o evento acabar. Enquanto isso não acontece, reunimos algumas cidades-sede que mantiveram legados exemplares após as competições.

Rússia, 1980

Praça Vermelha de Moscou, Rússia

Praça Vermelha de Moscou, Rússia

Mesmo tendo apenas cinco anos para se preparar para a Olimpíada de Sochi, a Rússia conseguiu construir mais de 90 instalações olímpicas. Entre elas estão um complexo esportivo, aeroporto de Sheremetievo-2, vila olímpica, prédio do centro de TV, centro de imprensa olímpico, centro hoteleiro de Izmailovo, e o maior estádio do país, o Lujniki. A maioria destas obras continua disponível para o uso público até hoje.

O país também guarda um fato curioso e atípico em relação aos seus Jogos. Em 1980, a Guerra Fria ainda vigorava e, por isso, vários países boicotaram o evento. Isso obrigou os russos a desenvolverem suas indústrias de tecnologia para realização a cobertura midiática. Por último, os Jogos de Moscou contribuíram para melhorar a imagem da União Soviética no cenário internacional.

Fonte: Gazeta Russa

Barcelona, 1992

Port Olimpic em Barcelona

Port Olimpic em Barcelona

Barcelona é o exemplo mais marcante de legado pós-olímpico, já que a cidade passou a ser um dos destinos turísticos mais cobiçados no mundo após os Jogos. E isso é tão impressionante porque, antes de 1992, a capital Catalunha era um local degradado.

A região portuária foi a que mais se transformou com os projetos, virando um centro de lazer. Além disso, as quatro áreas que abrigaram as instalações do evento esportivo foram interligadas por 50 km de vias novas. Na região do parque olímpico, em Montjuic, visitantes podem conhecer o estádio, museu e centro aquático até hoje. O litoral de Barcelona também foi reconfigurado, atraindo mais turistas para as praias espanholas.

Fonte: Veja e Correio Brasiliense

Atlanta, 1996

Parque Centenário de Atlanta (Foto: Erik S. Lesser/Atlanta)

Parque Centenário de Atlanta (Foto: Erik S. Lesser/Atlanta)

O governo investiu R$ 1 bilhão em infraestrutura e soube aproveitar boa parte das instalações. Os prédios do Georgia Tech, o instituto de tecnologia da cidade, fizeram parte da Vila Olímpica. Onde hoje funciona o Centro de Recreação, foi o parque aquático olímpico. O espaço, que conta com 27,8 mil m², é utilizado todos os dias da semana por estudantes e funcionários, de acordo com entrevista do diretor do parque, Michael Edwards, para o canal Sportv.

Outro lugar que é aproveitado por moradores é o Centennial Park (Parque Centenário de Atlanta). O parque público é a área de lazer no centro, onde está o chafariz dos Anéis Olímpicos. Há alguns quilômetros dali fica o Estádio Olímpico e atual casa do time de beisebol Atlanta Braves – Turned Fields. O estádio recebeu a cerimônia de abertura, encerramento e eventos de atletismo.

Curiosidade: A pira olímpica dos Jogos de Atlanta, acendida pelo pugilista Muhammad Ali, ainda está próxima ao estádio.

Fontes: Sportv e VisitUSA

Sidney, 2000

Estádio Olímpico de Atlanta, atual Turner Field Braves (Foto: VisitUSA/Pouya Dianat)

Estádio Olímpico de Atlanta, atual Turner Field Braves (Foto: VisitUSA/Pouya Dianat)

A cidade quis ser referência em alternativas sustentáveis para receber os Jogos Olímpicos. Por conta disso, grande parte do legado em Sidney segue este lema. A cidade australiana investiu cerca de US$ 6 bilhões e promoveu o desenvolvimento urbano causando o menor impacto possível – com a ajuda do Greenpeace na organização do evento. Um exemplo disso foi a construção da Vila Olímpica. Tornou-se uma área residencial e comercial e é considerado um dos maiores bairros com energia solar do mundo.

Além disso, a cidade herdou uma frota de ônibus movida a gás natural e construiu uma estação com sete linhas de trem para chegar até o Parque Olímpico, em Homebush Bay, onde atualmente está o estádio multiuso ANZ Sydney, utilizado para eventos esportivos e culturais. Antigo aterro sanitário, o complexo conta com mais de 30 quilômetros de ciclovia, abriga hotéis e pode ser ligado ao ferryboat, que dá acesso a alguns pontos da Baía.

Fontes: Sportv e O Globo


Londres, 2012

Prédio do Centro Aquático Olímpico, após reforma do Parque Rainha Elizabeth, em Londres (Foto: Queen Elizabeth Park/LLDC)

Prédio do Centro Aquático Olímpico, após reforma do Parque Rainha Elizabeth, em Londres (Foto: Queen Elizabeth Park/LLDC)

O legado das Olimpíadas de Londres é um dos que vale a pena entrar para a lista. Isso porque a região leste da cidade, que abriga o bairro de Stratford, foi totalmente revitalizada com o evento esportivo. A área estava abandonada e poluída por conta do seu passado industrial. O projeto de construção levou dois anos para descontaminar os rios e o solo.

Com o final dos Jogos, a cidade transformou o complexo olímpico no Parque Rainha Elizabeth para uso público. Algumas das atrações que o governo manteve foram: o Centro Aquático, Velódromo, Estádio, Escultura Orbit, entre outros.

O bairro ainda ganhou prédios modernos, hotéis e uma rede de transporte mais eficaz, tendo a 2ª estação de trem mais conectada da Europa. Durante o verão, os visitantes também podem aproveitar uma praia montada no local. As obras olímpicas com manutenção inviável foram desmontadas e, no lugar delas, construíram-se prédios residenciais.

Fonte: O Globo

Rio, 2016

Velódromo do Parque Olímpico (Foto: Riotur/Cidade Olímpica)

Velódromo do Parque Olímpico (Foto: Riotur/Cidade Olímpica)

A primeira Olimpíada na América do Sul inicialmente empolgou autoridades do Brasil e do Comitê Rio 2016, que previam o maior legado desde Barcelona. Porém, a imprensa nacional e movimentos sociais brasileiros questionam essa diretriz. De acordo com notícia da Agência Brasil publicada nesta semana, a Central dos Movimentos Populares acredita que o VLT Carioca (Veículo Leve para Trilhos) – um dos projetos da prefeitura para a população –, beneficiará apenas os turistas.

Até o momento, já foi consumado o fracasso do tratamento de esgoto e despoluição da Baía da Guanabara e da lagoa de Jacarepaguá, que faziam parte dos planos ambientais.

Resta aguardar pelo bom aproveitamento dos cariocas e nas melhorias de mobilidade urbana (com BRTs e extensão do metrô), nas obras contra enchentes e a revitalização da Região Portuária do Rio de Janeiro. O mesmo vale para o legado do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, que terá boa parte de seu espaço destinada a empreendimentos residenciais e comerciais depois do evento – além de se transformar em um parque público. O orçamento total foi de R$ 38,2 bilhões.

Fontes: Agência Brasil, BBC e Estadão

VLT Carioca (Foto: Riotur/Cidade Olímpica)

VLT Carioca (Foto: Riotur/Cidade Olímpica)

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