Além de ser uma referência turística e histórica de Salvador, na Bahia, o Forte de Santo Antônio da Barra, popularmente conhecido como Farol da Barra – a primeira construção do tipo na cidade, datada de 1534 – abriga o Museu Náutico da Bahia. A visitação é aberta ao público, de terça a domingo, das 8h30 às 19h, e a entrada custa R$ 10. Em janeiro, o Farol da Barra estará aberto todos os dias.
A imponente torre de 22 metros de altura (35 metros da linha do mar) foi reformada e aberta ao público em maio deste ano, ganhando nova pintura, corrimão e redes de proteção. Agora, além da vista privilegiada de 360º da cidade e do mar, os visitantes têm a oportunidade de ver a lâmpada de 1000 watts de potência, envolvida por lentes ampliadoras de cristal, iluminando as noites da Baía de Todos-os-Santos.
O acervo do Museu Náutico possui relíquias da navegação brasileira. Lá, existem peças únicas do século XVII, resgatadas do Galeão Santíssimo Sacramento, naufragado na costa da cidade, em 1668. Além de canhões de bronze e ferro fundido, na área externa, uma sala especial foi aberta apenas para a exposição de peças recuperadas em uma expedição científica, em 1976, conduzida pela Marinha do Brasil, com o apoio do Ministério da Educação e da Petrobras.
Os objetos foram alçados de 40 metros de profundidade, após permanecerem submersos por 300 anos, junto a instrumentos de navegação e sinalização, peças cartográficas e modelos de embarcações, que ajudam o visitante a entender a rotina marinheira da época. Logo na entrada do forte, por exemplo, já se pode observar o Brasão Imperial, ainda da época de Dom Pedro II, mantido no mesmo lugar, mesmo após a implantação do regime da República (1889).
Nas suas diversas salas também podem ser encontrados objetos interessantes como instrumentos de navegação que vão do astrolábio ao sextante, fabricados em bronze; de um previsor de marés, datado de 1911, importado de Londres, Inglaterra; réplicas de embarcações utilizadas na era das grandes navegações, reproduzidas em garrafas de vidro pelo artesão baiano Maneca Brandão. Todos esses objetos integram o acervo do museu junto a modelos portugueses, franceses e holandeses originais de cartas náuticas da Baía de Todos-os-Santos, que datam do século XVI.
Uma das salas do Museu Náutico da Bahia é destinada a informar ao visitante sobre características da Baía de Todos-os-Santos, incluindo informações físicas da baía e informações referentes à navegação, pesca, caça à baleia, coleta de mariscos e batalhas, dentre outros tópicos. “Essa exposição é importante porque esclarece alguns hábitos culturais da Europa e do Brasil desde quando éramos colônia. Conseguimos também reunir importantes instrumentos de navegação e estrutura de navios”, revela o comandante da Marinha, Reuben Bello Costa, que comemora o número de visitas ao local. “Unimos lazer e educação de uma forma interessante. Em 2010, batemos a marca de 42 mil estudantes e 58 mil turistas e moradores da cidade.”