O Panamá é o país mais meridional da América Central, que liga as Américas do Norte e do Sul, e ainda faz fronteira com Costa Rica, Colômbia, Caribe e com o Oceano Pacífico. Muito além do que um local para fazer uma conexão aérea ou compras com preços mais acessíveis (mesmo em dólares) ou encontros para reuniões corporativas, o Panamá é um destino repleto de atrações turísticas para todos os perfis. Inclusive para a comunidade judaica, que é e tem grande relevância para o país.
Por isso, representantes da Promtur Panamá estão aqui no Brasil para promover e comercializar o país internacionalmente como potencial destino turístico. Nesta terça-feira (10), o M&E conversou com o consultor de estratégia da entidade, Salo Watemberg, para conhecer o novo foco panamenho para atrair novos visitantes: o Kosher, termo associado a tudo o que é apropriado na alimentação dos judeus, que leva em conta uma série de regras, como o modo de preparo, combinação, utensílios e a forma de abate dos animais.
O Panamá é o único país do mundo, além de Israel, que oferece um turismo com estrutura 100% Kosher. Atualmente, existem cerca de 25 mil judeus vivendo no local. Uma comunidade que, ao longo dos anos, conseguiu manter suas tradições, construindo não só seu espaço, mas ganhando apoio do governo panamenho. Além dos 50 restaurantes espalhados por toda região, existem também diversas sinagogas. o que demonstra a importância dessa comunidade para o Panamá.
“Existe uma grande oferta de produtos no Panamá que os judeus praticantes precisam para viver de acordo com a sua religião, de acordo com as suas leis, que realmente não é encontrado em nenhuma outra cidade do mundo, exceto Israel”, enfatizou Salo Watemberg.
E foi pensando nessa comunidade, presente em diversas partes do mundo, que a Promtur decidiu expandir ainda mais o Panamá como escolha de novos visitantes, principalmente os judaicos.
“Quando você vai viajar para um lugar, mesmo que seja a negócios, certamente se for de férias com a família, a primeira coisa que você precisa ver é: onde vou comer? Não importa o lugar. A primeira coisa que temos que olhar é se há comida kosher que possamos comer. E muitas vezes agendamos nossas viagens e nossas férias assim, com base em onde não preciso me preocupar com comida. Isso é muito, muito importante. Eu posso rezar sozinho no apartamento, no hotel, não há problema se não estiver em uma sinagoga. Mas comer, se não tiver comida kosher, não posso ir”, explicou Watemberg.
O projeto de promover o Panamá para este público em específico foi pensado pela combinação de três fatores observados: tempo longo de estadia, despesas altas e toda estrutura kosher já existente. “Uma família judia praticante, ao visitar o Panamá, pode conhecer o Caribe, o Pacífico, 3.000 quilômetros de praias, 1.500 ilhas, selvas, museus, hotéis de todas as marcas e redes, vulcões, o Canal, obviamente, biodiversidade, animais, observação de pássaros… Tudo isso sem comprometer minhas crenças e ainda posso comer tranquilamente”, disse o consultor da Promtur.
PANAMÁ E O JUDAÍSMO
A comunidade judaica, mundo afora, é um público que está sempre procurando novos destinos para viajar, seja lazer, negócios, férias ou até mesmo em feriados religiosos. Na Páscoa, por exemplo, o Panamá recebe diversos grupos de judeus, que somam cerca de duas mil pessoas, vindos dos Estados Unidos ou Israel, para viver as experiências que o país oferece.
JUDEUS DO BRASIL
Estados Unidos, Canadá, México, Argentina e Brasil fazem parte dos países das Américas que o Panamá decidiu apostar para atrair novos visitantes, focado em kosher. E o Brasil foi o primeiro destino escolhido para dar sequência a esse projeto de impulsionar o destino para a comunidade judaica.
“Antes de tudo, é muito importante ter turistas de todos os lugares. Acho que, em geral, conhecendo as culturas que o Panamá oferece, os brasileiros estarão expostos a novas experiencias. Existem muitas tribos aborígenes, nativas, sendo que 24% do país, em terreno, é autogovernado por essas tribos. Existem coisas semelhantes, obviamente, mas nossa comunidade é diferente, nossa música é diferente. Nosso país é lindo e queremos criar integração”, pontuou Watemberg. Do ponto de vista do turista kosher, também é muito importante que haja sempre essa irmandade, que conexões internacionais sejam criadas”, complementou.
OFERTA E EXPECTATIVA
A Promtur já esteve em contato com algumas operadoras e agências para apresentar o projeto. “Conversando com os hotéis e operadores, aos poucos outras medidas serão tomadas para ajudar os turistas, não só com alimentação no café da manhã no hotel, mas com outras coisas que afetam. Por exemplo o sábado, que é o dia de descanso, que tem restrições, como não poder subir em um elevador e outras coisas. Esses ajustes estão sendo feitos nos hotéis em particular, que têm aceitado a proposta de maneira muito boa. Agora vamos organizar e padronizar bem, para que os hotéis também possam prestar esses serviços e os turistas kosher ficarem muito mais satisfeitos e todos tenhamos uma experiência muito mais satisfatória”, contou Salo Watemberg.
A expectativa é que o Panamá encerre o ano de 2024 com a visita de aproximadamente 10 mil turistas kosher. Número sem ter começado oficialmente a impulsionar o país como destino. Para 2025, a projeção é ainda maior: “Não quero dizer números, mas esperamos dobrar e triplicar talvez no próximo ano e alcançar números muito, muito mais interessantes em 2026 e 2027. Porque sem fazer nada, apenas no boca a boca, estamos crescendo. Existem 20 mil quartos de hotéis disponíveis na capital e outros 10 mil nas províncias, nas praias. Portanto, há campo e espaço e todos são bem-vindos e, em particular, para aqueles que passam férias kosher, onde podem desfrutar de um turismo de classe mundial de todos os tipos com observância judaica. O Panamá é o destino”, finalizou.