A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) divulgou uma nota na última terça-feira (04/09) mostrando sua indignação com a campanha “Pernambuco não te quer”. Esta foi veiculada na mídia local do estado por um movimento religioso conservador, para promover o Movimento Pró Vida PE, contrário a, entre outras coisas, pedofilia, turismo sexual, exploração sexual de menores e “homossexualismo”. A Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) declarou que rechaça qualquer tipo de ação ou campanha homofóbica e lamenta a posição do Movimento Pró Vida PE em relação aos homossexuais.
“Tal campanha seria de grande relevância se estivesse de fato voltada a enfrentar crimes abomináveis, como a exploração sexual de crianças e adolescentes, o turismo sexual e a pedofilia. No entanto, ao incluir no seu repúdio os homossexuais, a campanha fere os Direitos Humanos e promove o ódio contra a comunidade de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT)”, diz a SDH na nota. “A exploração sexual de crianças e adolescentes em nada se relaciona à diversidade e à livre orientação sexual”.
A Secretaria lembrou que, em relatório sobre violências homofóbicas no Brasil, constatou-se que o Brasil apresentou 278 homicídios de LGBT no ano de 2011. No contexto, o estado de Pernambuco figura em sexto lugar entre os estados brasileiros com maior número de homicídios de caráter homofóbico. A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos solicitou ao Ministério Público Federal que verifique a situação e tome as providências para retirada da peça de circulação.
“Pernambuco é contra qualquer movimento homofóbico. Nós já tivemos um guia GLS, por exemplo, e sabemos da importância do Turismo GLS no país”, disse André Correia, presidente da Empetur, ao M&E.
A Empetur informou em nota que, no ano passado, o coordenador do movimento, Márcio Borba, foi recebido pelo presidente da Empetur, que explicou as ações promocionais para o segmento LGBT. “No tocante à exploração sexual, a Empetur informa que as campanhas promocionais do Estado não têm apelo sexual, bem como é realizado um trabalho de prevenção e combate à exploração sexual. Exemplo disso foi a criação do Código de Conduta Ética no Turismo, ação pioneira lançada no ano passado”.
Pamela Mascarenhas
