
SÃO PAULO – A BWH Hotels abriu sua filial no Brasil e traçou um plano de crescimento que prevê a adição de 25 hotéis nos próximos cinco anos. O anúncio foi feito, nesta quinta-feira (11), por Ricardo Manarini, Country Manager da rede no país, que destacou o potencial do mercado brasileiro para marcas de luxo e hotéis independentes.
Com mais de 4 mil hotéis em mais de 100 países e 350 mil quartos no mundo, a BWH nasce da Best Western, fundada há quase 80 anos. No Brasil, a rede conta atualmente com seis hotéis, entre eles o Best Western Premier Maceió — reconhecido pelo TripAdvisor como quarto melhor do país — e o Wanderlust, em Campos do Jordão, também premiado internacionalmente.
Segundo Ricardo, a abertura da filial foi “o primeiro passo para crescer de forma sustentável no Brasil”, garantindo estrutura local para contratos em português, cobrança em reais e suporte jurídico e operacional. A empresa montou uma equipe dedicada ao mercado nacional, com profissionais de operações, marketing, desenvolvimento e vendas.
BWH: Modelo e diferenciais

A BWH opera como associação sem fins lucrativos, o que, segundo Ricardo, diferencia a rede de concorrentes internacionais listados em bolsa. “No fim do dia, nossos acionistas são os próprios hoteleiros. Reinventimos os lucros na própria empresa, devolvemos recursos aos associados e buscamos garantir competitividade em igualdade de condições para hotéis independentes”, afirmou.
“Reinventimos os lucros na própria empresa, devolvemos recursos aos associados e buscamos garantir competitividade em igualdade de condições para hotéis independentes”
A proposta é oferecer um modelo flexível, baseado em performance, no qual a rede compartilha riscos com o hoteleiro. “Costumamos dizer que o hoteleiro independente é um barquinho navegando no oceano, e a BWH é o porta-aviões que dá estrutura e suporte para atravessar tempestades”, comparou.
Expansão e tendências
O plano de crescimento no Brasil contempla tanto conversões quanto projetos novos, especialmente em São Paulo, interior paulista, Centro-Oeste e Nordeste. Estão em negociação três conversões ainda este ano: dois hotéis em São Paulo (capital e interior) e um em destino de lazer no Centro-Oeste.
“Hoje, 80% dos nossos projetos são conversões e 20% novos empreendimentos. O mercado corporativo anda de lado, mas o lazer regional tem crescido de forma consistente”
Entre as tendências que devem impulsionar a expansão estão hotéis focados em experiências, bem-estar e empreendimentos ligados a vinícolas, em regiões como interior do Rio de Janeiro, Serra do Sul e Centro-Oeste. A empresa também projeta um hotel de luxo no Nordeste, voltado a experiências exclusivas em meio à natureza.
“Hoje, 80% dos nossos projetos são conversões e 20% novos empreendimentos. O mercado corporativo anda de lado, mas o lazer regional tem crescido de forma consistente. É nesse movimento que queremos nos posicionar”, explicou Ricardo.
Olhar global, atuação local
A rede pretende equilibrar seu alcance internacional com a adaptação às peculiaridades do Brasil. “O Brasil tem desafios próprios que afastam algumas redes globais, mas nós decidimos investir em equipe local, contratos adequados à legislação brasileira e ferramentas de distribuição global para apoiar o hoteleiro independente”, disse o executivo.
”Queremos mostrar que o hoteleiro independente tem capacidade de competir, mantendo sua autonomia, mas contando com nossa estrutura global”
No plano da BWH, a meta é consolidar a presença no Norte e Nordeste, ao mesmo tempo em que estabelece operações em capitais como São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. “Queremos mostrar que o hoteleiro independente tem capacidade de competir, mantendo sua autonomia, mas contando com nossa estrutura global”, concluiu Ricardo.