
A realização da COP30 em Belém, marcada para novembro de 2025, deve movimentar significativamente a hotelaria local. A projeção é de um faturamento de ao menos US$ 10 milhões com hospedagem, segundo estimativa da FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação). A previsão foi compartilhada pelo presidente da entidade, Alexandre Sampaio, em entrevista ao portal Poder360.
Segundo ele, a rede tradicional de hotéis da capital paraense estará preparada para receber os participantes do evento climático da ONU, embora ainda haja desafios relacionados à capacidade total de leitos. “Talvez não dê para acomodar todos”, reconheceu o executivo.
Estrutura diversificada para receber a COP30
Das 50.554 hospedagens previstas pelo governo do Pará para o evento, apenas 14.091 (ou 28%) estão em hotéis convencionais. O restante da capacidade deverá ser suprido por escolas, igrejas, residências cadastradas em plataformas como o Airbnb, motéis e até uma vila modular com cerca de 400 lugares. Também está prevista a instalação de navios em áreas periféricas para ampliar a capacidade hoteleira.
Sampaio destacou que novos empreendimentos em construção devem ser entregues a tempo da conferência e que o evento pode trazer efeitos duradouros para o setor. Ele também comentou a possibilidade de financiamentos para modernização da infraestrutura: “Se forem captados a tempo, vão permitir principalmente aprimoramento ou modernização dessas instalações”.
Outro ponto abordado pelo presidente da FBHA foi o impacto das plataformas de hospedagem por aplicativo. Para ele, a regulamentação do setor é necessária para equilibrar a concorrência com os hotéis tradicionais. “Se pudermos ter um setor de hospedagem em plataformas regulamentado – pagando tributos como deve pagar, tendo preços mais equânimes e próximos das ofertas de preço hoteleiro –, podemos ter uma concorrência que divida esse mercado e que a gente não deixe de perder 10% do faturamento bruto da hotelaria”, afirmou.
Além da COP30, Sampaio também comentou o cenário turístico mais amplo, destacando o impacto positivo da recuperação econômica da Argentina na hotelaria do Sul do Brasil. Segundo ele, a região já registrou um crescimento de cerca de 15% na ocupação em relação ao período anterior, impulsionando o turismo em destinos como o litoral gaúcho e catarinense.