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Hotelaria / Serviços

Pandemia amplia mercado para aluguel de casas, que já beneficia agências de viagens

Casas de luxo já são opções para os viajantes e agora estão na prateleira de algumas agências de viagens

Casas de luxo já são opções para os viajantes e agora estão na prateleira de algumas agências de viagens

Hotéis fechados. Quarentenas. Lockdown. Escassez de voos. Estas são algumas das situações causadas pela pandemia da Covid-19 no mundo todo. As viagens despencaram desde março de 2020, embora tenha havido uma recuperação a partir do segundo semestre do ano passado. A demanda reprimida – especialmente de mercados como o de luxo – fez com que empresários do setor, e os próprios viajantes, buscassem alternativas viáveis e seguras para garantir momentos de descanso e de lazer.

Uma delas é o aluguel de casas de férias. É certo que esta modalidade já vinha em crescimento antes da pandemia. Depois disso, embora alguns hábitos tenham mudado, a tendência se acentuou. Em abril de 2020 – logo no início da pandemia – o Airbnb informava que no Brasil as reservas mais longas (acima de 28 dias) foi 24% maior que no mesmo mês do ano anterior e, no mundo todo, cerca de 80% dos anfitriões passaram a aceitar reservas desse tipo.

Uma pesquisa da Another Company Group realizada em setembro com 300 pessoas em toda a América Latina confirma a tendência. Quando se trata de hospedagem, as pessoas preferem opções particulares, como alugar um Airbnb (26%) ou um hotel boutique (21%). Isso porque essas propostas acabam sendo mais seguras e geram maior confiança. Paralelamente a isso, outra prioridade importante para eles é a higiene e a aplicação de cada um dos protocolos nas diferentes fases da viagem.

Os viajantes buscam casas que também possam oferecer serviços

Os viajantes buscam casas que também possam oferecer serviços

Preferência por casas e proximidade

Uma outra pesquisa encomendada pelo Airbnb mostrou que na escolha pelo destino tem se baseado na familiaridade com o local, fato que se tornou sinônimo de conforto. Foram consultados brasileiros entre 25 e 50 anos das classes AB, residentes de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife, que viajaram durante a quarentena. Outra característica observada foi a preferência por prestadores de serviços domésticos, como faxineiras ou quem pudesse fazer compras e entregas de refeições já prontas no imóvel.

Outro dado aferido pela pesquisa, que foi conduzida pelas empresas Somos e Novelo Data, é que desde maio, o Airbnb registra aumento na procura por casas inteiras, no campo e em cidades menores de praia, que se localizam a até 300 quilômetros dos centros urbanos.

A maioria das casas são em condomínio fechado

A maioria das casas são em condomínio fechado

O estudo indica, ainda, que algumas das mudanças deverão se manter mesmo com 100% da população brasileira vacinada, como, por exemplo, o conceito de “viagem produtiva”: que significa a possibilidade de trabalhar e estudar à distância transportando a rotina da casa para outro imóvel.

No exterior ou no Brasil?

De acordo com Fabio Cardoso, diretor da VHC, empresa da CVC Corp, o setor de locação de casas também sentiu o impacto da pandemia em 2020 e, por esse motivo, a ocupação do ano passado foi menor quando comparada a 2019. “No entanto, quando avaliamos resultados de alguns destinos, acompanhamos uma retomada gradativa – em Kissimmee, por exemplo, a média de ocupação das casas antes da pandemia, em 2019, era em média de 49% e ficou em torno de 70% de setembro a novembro de 2020”, revelou.

Segundo ele, Miami teve um excelente desempenho em 2020, mantendo praticamente os mesmos números de ocupação de 2019. Orlando caiu, mas mesmo com restrições nos parques houve uma boa ocupação. “Falando de Brasil, quando abrimos a operação em Gramado, tivemos média de ocupação em média de 50%, considerando a oferta de residências na região”, afirmou.

Mudando o foco do negócio

Com uma conceituada empresa especializada em transporte privativo de viajantes do segmento de luxo, empresário Raphael Brum se viu com um grande problema em março de 2020. As reservas todas caíram e as viagens minguaram, em especial o corporativo. Foi então que ele voltou todas as suas atenções a Brummie Real Estate – empresa que já mantinha, mas que ainda não tinha um grande volume.

Paulo Farias e Rafael Brum, sócios da Brummie Real Estate

Paulo Farias e Rafael Brum, sócios da Brummie Real Estate

“Há oito anos atuamos no mercado de transporte de alto padrão com a Brummie Lines, onde fazemos toda a parte de concierge VIP, deslocamento de artistas, congressos e locação de carros de luxo no Rio de Janeiro. Paralelo a isso, por trabalharmos corporativo, passamos a fazer o lazer VIP e criamos, há dois anos e meio, a Brummie Real Estate”, contou. “Quando veio a pandemia, o nosso crescimento foi absurdo”, complementou.

Brum contou que o destino VIP preferido do mercado de luxo passou a ser as grandes mansões, vilas e até ilhas privativas. Entre os motivos ele elenca a privacidade – que amplia a segurança por conta do Covid-19 – e a inclusão dos mais diversos serviços, que vão desde o básico e podem agregar até bartenders e refeições preparadas por chefs famosos. “Quando se fala em mercado de luxo, tudo é possível”, disse.

O seu portfólio conta com 120 casas, com foco especialmente no Rio de Janeiro, incluindo a capital, Búzios, Angra e a Costa Verde como um todo. Mas já tem imóveis em diversas partes do País, como Trancoso, por exemplo, e prepara uma expansão para o exterior. “Tem uma demanda grande do público nacional de alto padrão. Tenho casas com diárias que podem custar R$ 56 mil”, garantiu.

Há opções diversas de tamanho, preço e localização

Há opções diversas de tamanho, preço e localização

Somente um imóvel de luxo, segundo Raphael Brum, não é o suficiente. Se não houver uma experiência integrada, não atrai o viajante. “Hoje, grande parte do luxo é experiência. Eu loco uma casa de altíssimo padrão, mas sem nenhum diferencial, é só uma casa. Por exemplo, há no nosso portfólio uma casa no Horto dentro da Floresta de Tijuca, com uma vista única para a floresta. O cliente que busca por isso paga o preço”, explicou.

Para o empresário a pandemia trouxe uma série de questionamentos às pessoas, que ficaram mais ávidas por momentos de diversão e relaxamento ao mesmo tempo que precisavam cumprir um isolamento social. Com isso, muita gente tomou a decisão de passar a quarentena ou parte dela com as pessoas do seu convívio em uma casa, com experiências e serviços.

E os agentes de viagens?

“A casa na praia é nossa concorrente”. Esta é uma frase dita por Valter Patriani, um dos ícones do Turismo, em uma palestra para agentes de viagens há quase uma década. Hoje a história pode ser diferente. Quem quer locar um imóvel de férias tem várias opções. Desde as famosas plataformas, até imobiliárias especializadas neste segmento. E, mais recentemente, os próprios agentes de viagens.

No caso da Brummie Real Estate isso é uma realidade. Por conta da Brummie Lines, Raphael Brum já fazia negócios com as agências, o que facilitou o contato. “Sempre trabalhamos com Blumar, Tereza Peres e outras, por exemplo. E agora eles também têm as nossas casas no portfólio. A parte imobiliária agrega muito no Turismo”, destacou. Mesmo que no mercado de luxo o volume de hóspedes seja baixo, o ticket médio é elevado e, no caso da Brummie Real Estate, o comissionamento pode variar entre 10 e 30%.

Outras plataformas também ajudam a colocar estes produtos nas prateleiras das agências de viagens. Uma das mais utilizadas pelo trade ultimamente está Vacation Collection Home (VHC), da CVC Corp, que tem casas no Brasil e no exterior. O próprio Airbnb também já tem modelos de parceria com as agências.

Serviço:
www.brummierealestate.com
www.vhchospitality.com

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