
Se você já leu meu relato sobre as casas assombradas do Halloween Horror Nights 2025, sabe que vivi, na estreia do evento deste ano, uma das noites mais intensas e assustadoramente divertidas da minha vida no Universal Studios Florida. Mas a pergunta que me fizeram foi: o evento se resume às casas assombradas?
A resposta é não. E é justamente sobre isso que vou falar agora — porque o HHN vai muito além de ser surpreendido por personagens de casas assombradas dignas de cinema.
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Com susto ou sem susto?

Assim que a noite cai, o parque inteiro se transforma em um grande palco de horror. As ruas viram cenário de quatro scare zones — áreas temáticas onde atores circulam entre os visitantes, prontos para assustar quando você menos espera.
Mas não se preocupe: embora eles cheguem bem perto, não tocam nem têm qualquer interação física com o público. É só o terror psicológico, acompanhado da sensação de “ser pega”, que faz o medo acontecer de forma divertida.
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No entanto, se o visitante quiser passar ileso dessas interações, há um colar de “não susto” disponível para compra nos quiosques do parque. Uma vez usando-o, os atores não o surpreenderão. Como eu queria viver o Halloween Horror Nights com todas as experiências disponíveis, não usei tal sinalizador — e o resultado: muitos gritos em volume máximo.
The Origins of Horror

Logo na entrada do Universal Studios Florida, já nos deparamos com a primeira scare zone, The Origins of Horror. Os portões, tomados por plantas ressecadas que se enroscam no ferro e escalam os muros, dão a sensação de abandono e de tempo parado.
O cenário lembra um cemitério, e é nele que surgem gárgulas vivas e estátuas de ícones do terror, como Jason, WWE, Five Nights at Freddy’s, Art, o palhaço de Terrifier, e referências a Fallout — todos eles temas de casas deste ano inspiradas em franquias de filmes, séries e jogos.
Passar por uma scare zone é caminhar cercado de incógnitas. A fumaça, às vezes tão densa que mal permite enxergar as pessoas à sua frente, complementa o clima de insegurança e deixa o corpo em alerta. Uma verdade é absoluta: você se assustará, mas nunca saberá quando, por qual personagem ou vindo de qual direção.
The Origins of Horror é um tributo ao gênero e uma forma de relembrar os visitantes sobre alguns dos temas das casas de 2025. Entre absorver o cenário e se “preparar” para o susto iminente, sons de serras elétricas surgem repentinamente em sua direção.
É engraçado ver os atores tão envolvidos nos personagens e se divertindo com cada susto que proporcionam. O coração dispara repetidamente, e o receio inicial de entrar na scare zone dá lugar à ânsia da surpresa, gritos e risos em sequência.

Masquerade: Dance with Death

Para fãs de vampiros, a scare zone Masquerade: Dance with Death é um prato cheio. A caracterização e a maquiagem são impressionantes e merecem vários minutos de observação. E é aí que “mora o perigo”: essa área concentra uma grande quantidade de personagens circulando pela rua — vampiros, vítimas feridas por eles e aqueles que tentam fugir dessa realidade distópica.
Aqui você é convidado para um baile de máscaras, mas a grande questão é: você está para se divertir ou para servir — melhor dizendo, ser servido? O cenário é composto por vários palcos, onde um personagem líder observa tudo o que ocorre em seu baile. E, como em toda festa, há um banquete — neste caso, um corpo sobre a mesa fornecendo sangue aos convidados e o objetivo é que não seja o seu.
Embora tenha levado bons sustos, me encantei mais com a cenografia do que senti medo. Talvez seja pelo quanto o tema me agrada e pela curiosidade de absorver cada detalhe. Esta é, ao meu ver, uma das zonas de susto mais bonitas e uma das minhas favoritas.

The Cat Lady of Crooked Lane

The Cat Lady of Crooked Lane é uma das histórias mais bizarras entre as quatro scare zones do Halloween Horror Nights. Aqui, a premissa aborda a Cat Lady, uma senhora aparentemente inofensiva que “engana” e transforma crianças em felinos selvagens, os quais circulam pelo bosque, na área do Central Park, caçando “você” para o banquete.
A ambientação sombria chama a atenção pela quantidade de brinquedos espalhados e abandonados — após a transformação, esses objetos deixaram de ser relevantes. Some isso às abóboras esculpidas que enfeitam as árvores e sinta-se em um reality show macabro, com dezenas de olhos cintilantes observando de todos os ângulos.
Curiosamente, a ideia para essa scare zone surgiu de um pôster de um filme B exibido no final da casa assombrada Slaughter Sinema 2, durante o Halloween Horror Nights e, 2024. E é uma ideia que funciona muito bem. Além dos itens infantis espalhados pelo caminho e da cabana hiper-realista da Cat Lady, há uma construção estreita onde esses felinos se escondem para assustar os visitantes. É óbvio, mas irresistível.

Mutations: Toxic Twenties

A premissa de Mutations: Toxic Twenties é inusitada: em 1928, no auge da Lei Seca, em Nova York, o gângster “Diamond” tenta um roubo ousado em um bar clandestino, mas dá tudo errado quando um caminhão cheio de galões de pesticida colide, espalhando a substância tóxica não só pela rua, mas também pelas bancas de jornais, prédios e tudo o que estiver no caminho.
As pessoas atingidas pelo veneno ficam deformadas e se transformam em criaturas mutantes, correndo pelas ruas em um caos tóxico e imprevisível. A sensação é que qualquer esquina esconde uma surpresa.
A ambientação é impecável: há muita fumaça, a luz é turva e os tons de verde trazem um desconforto acompanhado de uma leve sensação de perigo. Cidadãos em diferentes níveis de contaminação circulam pelas ruas, e é possível observar a mutação com detalhes enquanto você é pego desprevenido. É uma das minhas scare zones favoritas, embora não seja muito assustadora.

Espetáculo!

Nightmare Fuel: Circus of Decay é a surpresa pela qual você não sabia que precisava. O show combina música pulsante, coreografia ousada, acrobacias aéreas, contorcionismo, sensualidade e pirotecnia em uma narrativa clara: a jornada de dois amantes separados e sua trajetória até o reencontro. O cenário de circo em decadência cria a atmosfera perfeita para essa história intensa, que prende do primeiro ao último segundo. A cada número, o suspense cresce, e a ansiedade pelo desfecho se mistura com a eletricidade da performance.
O espetáculo também funciona como sequência direta de Nocturnal Circus, apresentado em 2024. Se antes a trama apresentava o universo sombrio do circo e a separação de dois amantes, este ano a narrativa avança para mostrar sua trajetória até o reencontro. A pirotecnia, o contorcionismo e as acrobacias são usados como linguagem para traduzir os obstáculos dessa jornada, criando um suspense crescente que só se resolve no desfecho emocionante.

Haunt-O-Phonic: A Ghoulish Journey

Se o Nightmare Fuel: Circus of Decay prende pelo drama e pelo suspense, Haunt-O-Phonic: A Ghoulish Journey encanta pela grandiosidade e pelo espetáculo visual. O show transforma o lago central do Universal Studios em uma tela viva, onde projeções, luzes, efeitos de água e música orquestral criam uma narrativa sobrenatural que envolve o público de todos os lados.
O espetáculo é praticamente uma viagem pelo terror e pelo mistério: criaturas fantasmagóricas, monstros e efeitos de iluminação meticulosamente sincronizados conduzem cada cena como se estivéssemos dentro de um filme de horror ao vivo.

Há momentos em que você quase esquece que está no parque, completamente imerso na história que se desenrola sobre a água, com cada detalhe — desde a coreografia das projeções até a trilha sonora — pensado para causar impacto visual e emocional.
Ao contrário das casas e das scare zones, aqui não há sustos repentinos: o envolvimento é contínuo, e a tensão vem da beleza e da perfeição técnica da produção. É daqueles shows que fazem você pausar, respirar fundo e absorver cada cena, admirando como o Halloween Horror Nights consegue transformar luz, música e água em narrativa viva.

Experiência Halloween Horror Nights

Já imaginou vivenciar a experiência de uma bala no meio do Universal Studios Florida? É exatamente isso que o Club Horror oferece. Aqui, falamos de uma iniciativa inédita, que combina música pulsante, efeitos de luz e a energia de quem, em meio ao clima de suspense do Halloween Horror Nights, quer simplesmente festejar.
É diversão em um formato diferente do que o parque propõe como premissa principal no HHN. Dançarinas e um DJ animam o público, que transita entre zonas de susto e casas assombradas. Vale a pena conferir, curtir sua música preferida e relaxar um pouco após sustos consecutivos.

Jantar em slow Motion

Uma refeição nada tranquila: essa é a proposta da experiência de rua Mel’s Die-In Zombie, que acontece em frente ao restaurante Mel’s Drive-In, com zumbis oferecendo cérebros e lanches ensanguentados enquanto circulam de um lado para o outro. O lado bom é que os zumbis são lentos, então dá para aproveitar a refeição, recarregar as energias e desviar deles sem esforço.

Podemos repetir?

O Halloween Horror Nights não é apenas um evento de terror, cuja proposta é assustar: ele vai além, encanta, emociona, oferece uma imersão completa para fãs de filmes, séries e jogos e apresenta uma variedade de opções de entretenimento. Durante minha experiência, busquei aproveitar ao máximo cada casa, scare zone, gastronomia, show e atração, saindo exausta, mas realizada e feliz. Foi muito além das minhas expectativas.
Ao todo, com o tour VIP e em uma noite, explorei dez casas assombradas, quatro scare zones, duas experiências de rua e ainda atrações como Revenge of the Mummy e Men in Black: Alien Attack, além dos dois shows. A intensidade foi tamanha que jurei precisar de uma semana inteira de descanso — mas já me imaginando pronta para voltar e viver tudo de novo. Porque sim, dá vontade de repetir.
Portanto, segue meu veredito final: prepare-se para gritar, rir e se maravilhar — muitas vezes ao mesmo tempo. Esse é, com certeza, um produto que precisa ser oferecido com mais intensidade no mercado brasileiro e que certamente vai agradar o público.
E, se precisarem de companhia, eu super topo — matando assim a saudade. Então, o que me dizem: “bora” viver a noite mais assustadoramente divertida da Universal?
*O M&E viaja com proteção da GTA e apoio da Shift Mobilidade.
*A reportagem usa imagens em alta qualidade divulgadas pela Universal.