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Celso Sabino deixa o Turismo: uma retrospectiva dos ministros que moldaram a pasta desde 2000

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De Melles a Sabino, veja quem comandou o Turismo e quais marcas deixaram (Arquivo M&E)

19 de setembro de 2025. Data em que Celso Sabino entrega a cadeira de ministro do Turismo e encerra uma trajetória marcada por bons números, ampliação de crédito e programas de promoção interna, mas também pelo peso da política. Sua saída, pressionada por rearranjos partidários, reacende um debate recorrente: afinal, quem foram os ministros que comandaram a pasta desde os anos 2000 e que legado deixaram?

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Uma retrospectiva feita pelo M&E para relembrar os últimos ministérios (Napkin.IA)

Do embrião no Esporte ao nascimento do Ministério (2000–2003)

No governo Fernando Henrique Cardoso, o turismo ainda estava sob o guarda-chuva do Ministério do Esporte e Turismo.

  • Carlos Melles (2000–2002) buscou estruturar políticas setoriais, preparando terreno para a autonomia do turismo.
  • Caio Luiz de Carvalho (2002–2003) foi o último titular antes da criação do Ministério do Turismo, em 2003.

Lula e a consolidação da pasta (2003–2010)

  • Walfrido dos Mares Guia (2003–2007) inaugurou o MTur e lançou o Plano Nacional do Turismo 2003–2007, além do programa de regionalização Roteiros do Brasil.
  • Marta Suplicy (2007–2008) apostou no Viaja Mais – Melhor Idade, incentivando viagens de aposentados. Também ficou marcada por uma frase infeliz durante o caos aéreo de 2007: “Relaxa e goza”, dita a passageiros que sofriam com atrasos e cancelamentos. A declaração lhe rendeu críticas pesadas e virou símbolo de insensibilidade.
  • Luiz Barretto (2008–2011) consolidou a Lei Geral do Turismo (2008) e abriu crédito para a hotelaria se preparar para grandes eventos e infraestrutura rumo à Copa de 2014 e Olimpíada de 2016. Foi um período de crescimento nos números de turistas estrangeiros, mas também de fortes gastos públicos criticados pelo TCU.

Dilma e os planos em meio a turbulências (2011–2016)

  • Pedro Novais (2011) iniciou o ciclo do plano “Turismo no Brasil 2011–2014”, mas ficou pouco tempo.
  • Gastão Vieira (2011–2014) lançou o Plano Nacional do Turismo 2013–2016. Teve perfil discreto, defendendo o Turismo Acessível, mas sem grande protagonismo.
  • Vinícius Lages (2014–2015) manteve a pauta de inclusão e regionalização. Buscou modernizar o setor, mas ficou menos de um ano, substituído em arranjo político.
  • Henrique Eduardo Alves (2015–2016) articulou facilidades de vistos para a Rio-2016, mas caiu em meio a denúncias por conta da Lava Jato.
  • Alessandro Teixeira (2016) teve passagem-relâmpago (20 dias!), voltada à promoção olímpica.
  • Marx Beltrão (2016–2018) criou o Brasil + Turismo e o curso de capacitação online Brasil Braços Abertos.
  • Vinicius Lummertz (2018) defendeu modernização da legislação e maior competitividade. Extremamente conhecido pelo trade, apesar do nome técnico, ficou pouco tempo, já que o fim do governo Temer se aproximava.

Bolsonaro e os anos da pandemia (2019–2022)

  • Marcelo Álvaro Antônio (2019–2020) lançou o Investe Turismo e criou o Selo Turismo Responsável na pandemia. Saiu em briga aberta com a ala política do governo.
  • Gilson Machado (2020–2022) apostou em promoção internacional, mas foi bastante criticado pelo improviso e pela resistência em medidas sanitárias mais duras durante a pandemia da Covid-19. Chegou a ser preso neste ano de 2025, em meio às investigações que apuram possíveis tentativas de obstrução da Justiça e favorecimento pessoal ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seu círculo próximo, mas foi solto logo depois.
  • Carlos Brito (2022) assumiu bem no fim do governo Bolsonaro e focou na retomada com o Mapa do Turismo Brasileiro 2022.

Lula 3 e a nova fase (2023–2025)

  • Daniela Carneiro (2023) comandou a transição política inicial. Assumiu como primeira ministra de Lula 3, mas saiu rapidamente após perder respaldo político.
  • Celso Sabino (2023–2025), agora de saída, deixa como marcas o programa Conheça o Brasil, recordes no Fungetur e inclusão do turismo no PAC Seleções. O principal feito, no entanto, fica por conta de sua nomeação na presidência do Conselho Executivo da ONU Turismo e a entrega do novo Plano Nacional do Turismo 2024-2027. Sua permanência de mais de dois anos se destaca em uma pasta marcada por rotatividade. Sai pressionado, mas com imagem de gestor técnico e números positivos.

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