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Câmbio instável: dólar turismo atinge R$ 5,82 e pressiona viagens internacionais

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Dólar turismo avança e eleva custos para viajantes brasileiros em meio à tensão internacional (Karolina Grabowka/Pexels)

O dólar turismo subiu 0,44% nesta quinta-feira (31), cotado a R$ 5,822, em dia de forte instabilidade nos mercados provocada pela confirmação do tarifaço dos Estados Unidos e pela divulgação de dados econômicos. No câmbio comercial, a moeda americana era negociada a R$ 5,5868 por volta das 12h30, em leve queda de 0,06%. Apesar da retração no câmbio, o Ibovespa operava em baixa de 1,35%, aos 132.185 pontos, e os juros futuros mantinham viés de alta.

Após uma manhã de valorização global, o dólar perdeu força no início da tarde, especialmente frente a moedas de mercados emergentes. A divisa recuava 0,36% ante o peso mexicano e 0,45% em relação ao peso chileno. Operadores apontam que o movimento reflete uma realização de lucros após semanas de valorização e ocorre em meio a novos acordos comerciais dos EUA. O índice DXY, que mede a força do dólar frente a seis moedas desenvolvidas, subia 0,05%, aos 99,861 pontos.

A reação negativa dos mercados ocorre após o governo dos EUA confirmar a aplicação de tarifas de 50% sobre diversos produtos, conforme já havia sido sinalizado por Donald Trump. Embora uma série de itens — como celulose, petróleo, minério de ferro, suco de laranja e peças de aeronaves — tenha sido isenta, cerca de 700 produtos ficaram de fora da lista de exclusões, o que gerou incertezas.

O impacto direto sobre empresas brasileiras motivou o governo federal a preparar um plano de contingência, que será divulgado nos próximos dias. A proposta, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, busca proteger os setores mais afetados e preservar o nível de emprego.

Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “inaceitável” a interferência de Trump no Judiciário brasileiro, referindo-se às sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky. Apesar das tensões diplomáticas, o governo brasileiro afirmou que não há previsão de retaliação comercial neste momento.

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