
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (28) uma nova diretriz para a concessão de vistos que mira estrangeiros envolvidos em atos de censura contra cidadãos americanos. A medida, divulgada pelo Departamento de Estado, estabelece que indivíduos identificados como responsáveis, direta ou indiretamente, por reprimir a liberdade de expressão de americanos poderão ter seus vistos negados ou revogados.
A decisão foi comunicada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, apenas um dia após o governo americano ordenar que as embaixadas dos EUA suspendam entrevistas para vistos de estudante — um sinal de endurecimento em políticas de controle migratório e diplomático.
A nova diretriz se aplica a qualquer pessoa que “estiver ou tiver se envolvido na repressão transnacional”, termo que designa ações coordenadas por Estados ou seus representantes para silenciar dissidentes, jornalistas, ativistas e outros indivíduos em solo americano. Essas ações podem incluir ameaças, assédio, espionagem, tentativas de sequestro, campanhas de difamação digital, entre outras formas de intimidação. A restrição também pode atingir familiares imediatos dos responsáveis por tais atos.
“A liberdade de expressão – incluindo o direito de buscar, receber e compartilhar informações e ideias sem interferência – é uma base essencial da democracia americana”, afirma o comunicado oficial. O texto também alerta para o crescimento da repressão transnacional por parte de regimes autoritários que buscam controlar narrativas e calar vozes críticas fora de seus territórios.
Embora não mencione países específicos, o anúncio ocorre em um contexto de crescente tensão com nações como China, Irã e Rússia, frequentemente acusadas por Washington de perseguir opositores no exterior. Com a nova política, os Estados Unidos reforçam sua postura de defesa dos direitos humanos e da liberdade de expressão como princípios fundamentais de sua atuação global.