O governo dos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, planeja fechar uma série de consulados e postos diplomáticos no exterior, incluindo representações na Europa e no Brasil, em uma medida que pode reduzir a capacidade de atuação dos EUA em suas relações internacionais e comprometer sua coleta de inteligência. O fechamento afetaria consulados em cidades como Florença (Itália), Estrasburgo (França), Hamburgo (Alemanha) e Ponta Delgada (Portugal), além de representar uma diminuição das operações em postos no Brasil, que inclui consulados em Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e um escritório da embaixada em Belo Horizonte.
Essa ação faz parte da política externa “America First” de Trump, que visa reduzir a presença global dos EUA e limitar suas formas tradicionais de influência. A medida é vista com preocupação por vários setores do governo, já que os consulados desempenham papéis importantes em áreas como segurança, inteligência, comércio e direitos humanos. A decisão ocorre em um momento de crescente presença global da China, que agora possui mais postos diplomáticos que os EUA, com 274 contra 271, segundo um estudo do Lowy Institute.
O fechamento de postos diplomáticos afetaria também o trabalho da CIA, que depende de consulados e embaixadas para posicionar seus agentes secretos. Além disso, o corte de pessoal nas representações internacionais afetaria significativamente a base de conhecimento local, uma vez que dois terços da força de trabalho nas missões diplomáticas dos EUA é composta por cidadãos estrangeiros.
O Departamento de Estado dos EUA está enfrentando um aumento nas demissões de funcionários, com cerca de 700 profissionais, incluindo 450 diplomatas de carreira, deixando a agência nos primeiros meses de 2025. A pressão para reduzir os custos da diplomacia americana inclui cortes orçamentários de até 20%, que estão sendo impulsionados por uma equipe liderada por Elon Musk, com foco em eliminar o que é considerado desperdício governamental.
Esses cortes orçamentários e o fechamento de consulados podem afetar gravemente a capacidade dos EUA de manter suas operações diplomáticas e de segurança no exterior, especialmente em um momento em que os desafios globais estão aumentando. A gestão de Trump está tomando medidas para reduzir o orçamento do Departamento de Estado, com um enfoque na otimização de suas operações de acordo com as prioridades de sua política externa.